quinta-feira, dezembro 16

O do costume...

Estava uma noite de puro inverno. Ele, o do costume, caminha tranquilamente na madrugada fria que se abatia sobre a velha cidade. Em seu redor tudo estava frio, escuro e sem graça. Um enorme nevoeiro caiu sobre a cidade deixando uma sensação de solidão, como se nada o separasse das trevas. Não sabe onde vai, qual é o destino, nem aonde pretende chegar. Apenas caminha em passos lentos e calculados, caminha sem saber que vai ao encontro da sua própria alma. É uma caminhada longa, será preciso redescobrir-se, reinventar-se, nascer de novo...

Passados 12 meses....

Ele, o do costume, continuava tranquilamente a pé na madrugada fria, agora, numa nova cidade. O retorno a casa é agora o destino final. De repente, ao de longe, alguém diferente parece vir a surgir do meio do nevoeiro... dava ares de uma figura simples, talvez meia perdida como ele... A memoria já lhe falhava, tal o tempo que já tinha passado desde a ultima vez que se viram. Começou a pensar no que vai dizer, no que fazer. Na tentativa de se mostrar descontraído, fingiu que não a viu. Subitamente, ao cruzarem-se, ela agarra-lhe no antebraço, puxa-o com força e aproxima o seu rosto do dele. O silencio ganha corpo e abate-se entre eles um clima de nostalgia. Os corpos aproximaram-se, os lábios colavam suavemente um no outro, mas o silencio mantinha-se sobre eles. Nada havia a dizer, os medos já não existiam, as feridas já tinham sido curadas. Subitamente, os dois ao mesmo tempo procuraram na boca a verdade do calor que o coração expelia. O mundo silenciara-se por entre a paz de tal momento. Era um beijo cheio de emoções perdidas no tempo...

Passados 3 minutos

Ele, o do costume, desperta e depara-se sozinho, numa ruela do Chiado, na mesma madrugada fria. Mesmo a sua frente, sem razão aparente, tem um livro aberto que diz: “sim, comi a língua, não quero dizer mais nada, só penso no teu encanto permanente, um encanto que talvez já não exista e isso faz de mim um viciado, um ser preso ao passado. Deixei-me ir numa dança comandada pela vontade de outra mão, não era uma dança livre, estava condenada a agir só em extremo desespero”

Principezinho

- Esta noite... Vê lá se percebes... Não venhas comigo.
- Vou! Vou! Não te quero abandonar!
- Mas há-de parecer que me dói muito... Há-de parecer que eu estou a morrer. Tem de ser assim. Não venhas ver uma coisa dessas que não vale a pena.
- Vou! Vou! Não te quero abandonar!
(...)
- Fizeste mal. Vais ter pena. Vai parecer que eu estou morto e não é verdade...
Eu continuava calado.
- Percebes?... É que é muito longe e eu não posso levar este corpo... É pesado de mais...

O Principezinho, Saint-Exupéry

terça-feira, dezembro 14

Uma noite de verão...

Sem se perceber como, no meio do silencio da noite soa uma música de fundo, suave, que com acordes de sensualidade despertava os corpos abraçados, afundados na tenda. Era uma noite típica de verão, o calor fazia-se sentir, os corpos estavam ligeiramente soados. Ainda meio adormecido ele agarra num abraço carinhoso, os seus braços são fortes, inspiram-lhe confiança, fazem-na sossegar... Depois de formar uma concha perfeita, ele começa aos poucos a acariciar a pela dela, suave como a manta de seda que os envolve. Ela aconchega-se junto a ele em sinal de resposta e liberta doces beijos na pele áspera do seu peito robusto. Parece feliz, cheira-o na busca do aroma do amor, enquanto ele se perde naqueles olhos de uma ternura sem fim, infinitos para ele, fazem-no viajar, sem sair da cama. Unem-se cada vez mais, na partilha pela alma, no desafio pela emoção... As línguas ternamente molhadas, descobrem-se lentamente... Unem as mãos, os dedos dela, longos e finos, entrelaçam-se nos dele, com firmeza, numa sólida união. O corpo frágil e feminino procura saciar a sede da saudade, ele, corresponde de forma sublime. Impera a liberdade em gestos de carinho, desamarram-se os sentidos antes despertados e envolvem-se no prazer mútuo de unir o corpo pela voz do amor.

Quimera

Preferível o fim que viver em constante agonia. O inevitável não pode ser ignorado. Adiar é tornar o a manhã insuportável. Vou acabar vítima dos meus desejos. Por isso, fujo, ignoro, adio... para tardiamente tomar consciência do que o que quero não passa de uma quimera!

Antony & The Johnsons - Cripple and the Starfish

Secret story...

Alguém, nobre demente tal como eu, disse que a “felicidade provém do poder”... Eu estou totalmente em desacordo, o meu mundo não vive desse ideal. Em cada esquina minha, o poder é uma figura ausente. Não é esse o meu segredo. Tal como concluir que tudo o que origina fraqueza é mau... A minha maior fraqueza é o meu segredo, ele dá-me felicidade. Não será isto tudo muito contraditório? Ser feliz com a minha própria fraqueza? Não deveria eu ir em busca do meu poder?! Então porque não vou?

Enfim, mais um pensamento para me tirar o sono...

segunda-feira, dezembro 13

Memorias...

Eram fins de tarde sublimes... Passava os dias a olhar para o relógio a espera que a hora me desse ordem de soltura. Lá ia eu então, numa correria desenfreada até aos bancos do jardim... Tenho saudades da lucidez da espera para ver a hora chegar. Gostava das explosões que o meu corpo e mente tinham sempre que nos íamos encontrar! O entusiasmo começava cá dentro. Tudo mudava. Havia sensações que só então consegui sentir... e chegada a hora do abraço, o ar escasseava e as palavras esvaiam-se...comigo. O toque era mágico na magia de tudo dizer. Queria, queria tudo, e tão só aquele momento! Havia tanto para dizer, para contar...no entanto os nossos olhos procuravam-se, falando de nós e por nós. A rapidez do encontro denotava uma enorme cumplicidade...de vontades, de emoções, de vivência, desejo e...medos!... Onde estava? Que realidade era aquela que fazia sorrir cada um dos meus sentidos? O que era que percorria o meu corpo e não deixava descansar a minha cabeça? Quantas perguntas, quantas respostas, quanta ternura, quanta partilha...tudo compactado no espaço de umas horas! Um aperto no peito e no estômago, faziam regressar a realidade. Difícil partir e ficar. Querer tudo e nada, não saber o que querer. Estranho o sabor que deixava na boca aquele beijo de despedida! Fugia para não te ver e só queria ir contigo. Ficava porém mais um bocado de cada um, com o outro, que dava para saborear enquanto não chegasse de novo o momento de lucidez que marcava a hora do próximo encontro. Entretanto, víamo-nos e sentíamo-nos na ausência, persistindo em recordar a presença ausente do outro. Agora ultrapassámo-nos. Deixámos que as emoções sobrepusessem a realidade...e tudo se foi diluindo numa fuga instituída. Foi um choque brutal. A realidade tudo levou com ela. Deixou-nos apeados à espera de dias e noites que trouxessem em si e só por si, a resposta para a nossa ida.

Instalou-se um vazio doloroso... Instalou-se um nevoeiro... instalou-se a dor...

Sofrimento...

Como não falar dela sem uma lágrima derramar? Foi com ela que cometi o meu grande primeiro erro, apaixonei-me... Como é que me passou pela cabeça cair em tão desgraçado erro. É lógico que o amor está sempre destinado a ter um fim dramático, mas então, porque me apaixonar. É estúpido começar algo que sabemos que vai ter de acabar. É bonito estes contrastes que a vida nos dá, amar implica sempre sofrer. Mas então porque amamos? Como é possível que a minha vida possa ser menos importante que o rosto de alguém? Sou e sempre serei um viajante. Irei eternamente carregar comigo os que amo.

O tempo...

"O tempo não sabe nada
O tempo não tem razão
O tempo nunca existiu
É da nossa invenção

O espaço tem o volume
Da imaginação
Além do nosso horizonte
Existe outra dimensão

O espaço foi construído sem princípio nem fim
Meu amor tu cabes dentro de mim
Se abandonarmos as horas para nos sentirmos sós
Meu amor o tempo somos nós"

quarta-feira, novembro 17

Sossegar...

“O que eu mais queria neste mundo era sossegar. Eis um verbo que é preciso redimir. Sossegar não é descansar, nem traz felicidade, nem se assemelha, senão superficialmente, à paz ou à tranquilidade. Não quero acalmar-me, ou serenar, ou assentar. O sossego é um estado de bonança.
O sossego é um estado de exceção, em que a alma vem ao encon¬tro do corpo. Pode sossegar-se em momentos de grande agitação, de um acesso de amor, em que esse amor parece lucidez. É este o sossego com que sonho — uma presença consciente de verdade no que se sente -, oposto à parança estúpida, queda e adormecida, falsa, aquém da aler¬ta. Não gosto do sossego como alívio ou interrupção. Nem gosto da maneira como se usa o verbo descansar, que deveria significar repousar (recuperar as forças, etc.) em vez de sossegar, como por exemplo: «Ainda bem que me avisaste, porque assim fico mais descansada». É tão ridículo como uma criada dizer: «A senhora não pode vir ao telefone porque está a sossegar».
Na época do stress e dos calmantes, das psicoterapias e das manias new age, sossegar foi destituído da sua beleza própria, da sua frescura, da sua atividade.
Sossegar não é descansar - não é uma consequência do cansaço. Quando Rebelo da Silva, citado por Moraes, que por sua vez cita o dicionário de Freire, diz «O coração não sossega, a vida cansa», ambas as coisas são verdadeiras, mas a associação é enganadora, porque o cora-ção não sossega por causa de a vida cansar. Há cansaços bons. Não. O coração não sossega, porque não tem com que sossegar.
Mais que a felicidade e a paz, o mundo precisa de sossegar. O sossegamento é a forma mais precisa de liberdade. Mas não é uma liberdade negativa (estar livre de medos, de constrangimentos, de opressões), mas uma liberdade positiva — uma liberdade para sentir o que se sente e con¬fiar no que se sente, e ter tempo, e vontade, e confiança no que se faz.
Quando se olha para o rosto duma pessoa amada, ou se recebe dela um gesto de amor, sossega-se. Quando se sabe de antemão o que vai acontecer, ou como alguém se vai comportar, sossega-se. Quando se participa num acto de bondade, ou se assiste a um, sossega-se. Quando se é desculpado, sossega-se. Quando se faz uma promessa ou um plano que sabemos que se irá cumprir, sossega-se. Isso é sossegar.
Quando dois amantes decidem ter um filho, por muito medo que isso possa provocar, sossega-se. Quando aparece um amigo sem avisar, interrompendo tudo o que se tencionava fazer, sossega-se. Quando se está a lutar contra a injustiça e a maldade, com todas as forças que se tem, sossega-se. Quando se lê um poema ou uma história bonita, por muito triste que seja, sossega-se. Quando se acredita em Deus. Isso, sim, é sossegar.
Gosto de sossegar como verbo transitivo. Sossegar só por si não chega. É mais bonito sossegar alguém. Quando se pede «Sossega o meu coração» e se consegue sossegar. Quando se sai, quando se faz um esfor¬ço para sossegar alguém. E não é adormecendo ou tranquilizando, em jeito de médico a dar um sedativo, que se sossega uma pessoa. É enchendo-lhe a alma de amor, confiança, alegria, esperança e tudo o mais que é o presente a tornar-se, de repente, futuro. É o futuro que sossega. «Amanhã vamos passear» sossega mais que «Não te preocupes» ou «Deixa lá, que eu trato disso».
A aquietação, como o sono, é uma espécie de morte. Sossegar não é jazer. É viver. Uma pessoa sossegada é capaz de deitar abaixo uma floresta. O sossego não é um descanso — é uma força. Não é estar isolado e longe, deixado em paz - é estar determinado no meio do turbilhão da vida.
O sossego é, em grande parte, uma expressão espiritual de segurança. Sossegar é saber com o que se conta, desde o azul do céu aos irmãos. O coração sossega em quem se conhece. Sossegar é conhecer uma tota¬lidade, as coisas feias ou bonitas, mas previsíveis e familiares. É por isso que sossega olhar para um rosto amado, que se conhece, ouvir a voz dessa pessoa, mesmo quando está a dizer disparates. Não há falinhas mansas que tragam o sossego dos gritos duma pessoa com quem se pode contar. E um alívio. Só a ordem pode sossegar, por muito alterosa que seja. A tempestade sossega o marinheiro que conhece bem o barco e o mar.
No nosso tempo as pessoas querem o sossego menor das sopas e do descanso. Serem «deixadas» dalguma forma ou doutra: «Eu quero é que me deixem em paz». Querem fugir. Querem ir para o campo. Meditar. Descobrir o «eu» interior. Mas a solidão e o silêncio não sossegam. Para isso mais vale tomar um Lexotan.
Só os outros nos podem sossegar mesmo no meio da vida, em plena ação, se pode, e vale a pena, estar sossegado. O «eu» interior é uma algazarra de desassossego. Para mais, árida e desinteressante. O budismo de trazer por casa que invadiu a nossa cultura, uma espécie de narcisis¬mo espiritual, traduz uma noção repugnante de superioridade. Os outros podem ser o inferno, mas cada indivíduo ainda o é mais.
Não me saem da cabeça os instantes, poucos, em que me senti sos¬segar - e foi sempre graças a outra pessoa, vista ou lida, conhecida ou desconhecida, viva ou morta, menina ou crescida, sábia ou maluca, próxima ou longínqua, mas sempre presente, mais presente que eu pró¬prio. Eu próprio, por defeito, talvez, não consigo lá chegar. Nunca encontrei o sossego nos outros — foram sempre os outros que me sosse¬garam. E quase nunca deliberadamente.
Lembro-me, em particular, dum momento, que obviamente não vou contar, mas que consistiu apenas em olhar para alguém e sentir que tudo nela me era querido e conhecido e familiar.
Não há no mundo paisagem como o rosto duma pessoa amada, sobretudo quando está agitado, a rir-se ou a zangar-se, desprevenido, apanhado nos nossos olhos como se estivesse dentro deles já. Sentir essa mistura de perdição e de proximidade é verdadeiramente sossegar”.

Miguel Esteves Cardoso

Changing Education Paradigms

segunda-feira, novembro 15

.

Como é que me deixei chegar a esse ponto. O mais triste é que me satisfazia ficar a olhar pela janela enquanto as lagrimas me escorriam pelo rosto. Admito que foram tempos difíceis. Afinal de contas, nem todas as historias de amor tem finais felizes...

EN(fim)... Daqui para a frente vou escrever pelo prazer que me dá recriar os divertimentos dos meus processos mentais. Com determinados significados demoníacos, mas, principalmente, livres...!


"Não vivo,mal vegeto,duro apenas,
Vazio dos sentidos porque existo;
Não tenho infelizmente sequer penas
E o meu mal é ser (alheio a Cristo)
Nestas horas doridas e serenas completamente consciente disso."

Fernando Pessoa(15-05-1910)

Os Golpes



Agradecimentos a rapariga da mesa do canto. Bela chapa!

terça-feira, novembro 9

Medo

Música para combater a crise!

Embalado pelos ritmos de algumas "recentes" bandas nacionais, arrisco dizer que estamos a passar uma das melhores épocas musicais em Portugal. Temos de consumir mais música portuguesa. Não nos podemos deixar levar pela onda mundial que vende apenas o que lhes interessa e quase sempre em inglês. O talento é fundamental, mas não chega. A música portuguesa tem de ter a ambição de se mover num cenário global de forma a dinamizar a nossa economia, cultura e língua. Não percebo a razão das nossa editoras não exportarem o que de melhor temos em Portugal. Vemos uma Mariza a encantar o mundo, rimos de um Tony qualquer agitar corações por esses países de imigrantes... e então e os outros que fazem as coisas realmente boas?! Vamos valorizar o que é nosso. Do pouco que sei, os investimentos públicos na musica portuguesa dão apenas para as bandas sobreviverem no mercado nacional, e mal. Tem de haver um investimento de acordo com as nossas potencialidades. Bem sei que já tivemos alguma presença no mercado internacional, mas foram sempre alguns estilos muito próprios e quase sempre direccionados para públicos específicos. O objectivo tem de ser apoiar as novas revelações e talentos que a nossa musica tem vindo a ter nos últimos tempos. Nos anos 80 tivemos a Madredeus, Dulce Pontes. A partir do meio dos anos 90 focamos a nossa exportação musical apenas no fado. Tivemos a Mariza, Ana Moura, Mafalda Arnauth. Depois abrimos as portas a música mais urbana (Buraka Som Sistema). Está na altura de exportar outros estilos e talentos para além dos estilos que nos caracterizam enquanto povo (pimba e fado). Bandas como Linda Martini, os Golpes, Tiago Bettencurt, Peixe Avião, Diabo na Cruz, e outros talentosos nomes para quem Portugal é demasiado pequeno. Esses estão em perigo de ficarem algemados a um pais de mentes retrogradas e fascistas. Por um lado a culpa disto tudo é também dos críticos de música em Portugal.
As pessoas pensam que são livres de escolher, mas estão apenas a consumir o que lhes dão. Vemos programas de rádio com hits americanos, anúncios de publicidade com musicas inglesas, reportagens sobre bandas inglesas, pois está claro, é o poder económico a sobrepor-se a verdadeira essência da música . É claro que há excepções como em todo o lado, a grande rádio Radar, sempre disposta a mostrar o que de melhor temos...

quinta-feira, outubro 21

Memorias de um futuro...

É a memória de momentos como os que tive, que me leva à descoberta de que a solidão é apenas questão de escolha. Que sou livre de sentir tudo o que quero, que nada me possui e sou voluntário no ato supremo da liberdade total.
Agora chegou altura de viajar, abrir a mente e curar esta crise por mim criada. Valha me deus, o que fui eu fazer? Da torrente de pensamentos racionais, surge o medo da mudança e o risco indefinido dum tudo e nada que não sei descrever.
Só me resta escolher um caminho e continuar andar rumo sei lá a que... A vida essa, vai acontecendo nos intervalos das minhas caminhadas.

Mas para acontecer o amanhã preciso de abrir as portas da minha consciência racional e deixar entrar o sol, a luz, a cor...e o amor! Enfim, as pequenas emoções de todos os dias, são essas que vão servir para aquecer a solidão húmida, dos dias cinzentos dos anos passados.

First Moon Landing

1 Giant Leap - Passion (One Day) HD

segunda-feira, outubro 18

o que vou fazer?

O que vou eu fazer com todo o amor que tenho para alguém se essa pessoa já não está aqui? O que acontece com tudo o que sobra do amor? Vou suprimi-lo? Vou ignorá-lo? Devo dar a alguém? Eu nunca soube que era possível pensar em alguém a full time. Como é possível que alguém possa estar o tempo todo aos saltos nos meus pensamentos.

Ai deus meus... cada vez mais confuso com a vida...

terça-feira, outubro 5

fuck this i´m leaving...

Life is life...

por acaso é isso... é a vida
viver sentado a espera do destino
e da hora da partida...

viver a chorar o passado
esquecendo o presente
sem presenciar os presentes
que a sorte nos presenteia...

o melhor é viver intensamente o dia
do que morrer na noite fria...

o agora é apenas um breve instante
e o depois há de ser o antes
antes agora do que jamais...


Mal me quer, bem me quer, muito pouco ou nada...

Mal me quer, bem me quer,
mal me quer
quem me quer bem
que eu quis não mais querer
quero bem
quem mal me quer
bem me quer
quem não quero
quem eu quero
não me quer...

fuck this...

segunda-feira, outubro 4

THE RIGHT CHOICE...

"Acontece comigo e com quase todos. Quando estamos diante de uma possibilidade de relacionamento é comum perguntar-mos ao nosso subconsciente se a pessoa em questão é a melhor para nós. Inicialmente pensamos nas afinidades, nas características em comum que nos garantiriam que a relação funcionaria bem. Consideramos também o que o outro tem para nos oferecer, no que se pode ganhar e aprender. Por fim, lembramo-nos de nós mesmos, dos nossos gostos, da nossa maneira de ser, do que podemos dar a quem está connosco.

Estar satisfeito com o amor que se encontra parece ser muito raro. É impossível alguém que nos satisfaça totalmente, alguém que nos complete. A única forma de acreditarmos nisto é nunca alcançando o ideal pretendido. Arranjamos sempre uma forma da coisa dar errado. Parece que o importante não é encontrar o amor, mas manter a máquina que nos faz acreditar que um dia poderemos encontrar um amor perfeito e final, um sentido último para as nossas vidas. Qualquer coisa que ameace o funcionamento desse aparelho de sentido ilusório deve ser eliminada de nosso horizonte. Defendemos com unhas e dentes a nossa ilusão, o nosso engano, as nossas mentiras: é melhor não saber disso.

Mas teremos outra alternativa? Como manter o amor por alguém se o que sustenta a paixão é a dificuldade, a distância, a eterna marca de algo que se perdeu?

Para dar essa difícil resposta talvez devêssemos pensar que nossa dor é mais profunda. Não se trata de recuperar algo que se perdeu ou de ganhar algo que nos falta, mas perceber o amor como um encontro com aquilo que nunca tivemos nem nunca teremos, aquilo que nos é impossível, aquilo que faz da vida e do outro um mistério absurdo e inalcançável. Só essa sombra permite o encanto, a paixão.

Uma tarefa árdua. Estamos acostumados a ver e a medir as pessoas à nossa volta pela sua imagem, pela sua aparência, por aquilo que elas nos teriam para nos completar, por aquilo que seria claro e racional. Ela é rica, ele é alto, ela é medrosa, ele é cabrão, ela é interesseira.

Parece que morremos de medo de amar. Amar exige que nos mantenhamos na incerteza, na surpresa, no acidente. Precisamos olhar para o outro e não vê-lo, como um fantasma. Alguém que nunca possuiremos, alguém que nos escapa permanentemente, uma pessoa que desde o princípio estamos condenados a perder, um mortal.

O amor talvez exija alguém que possua a coragem de seguir amando sem o medo de não ser amado, alguém que não tema caminhar no desconhecido. Como no verso de Drummond, alguém que saiba amar depois de perder. Alguém que suporte a angústia de não se deixar enquadrar em nenhum lugar imaginário e que, assim, permita a quem está ao seu lado a possibilidade viver a experiência rara de amar."

" "






There's a blue bird at my window
I can't hear the songs he sings
All the jewels in heaven
They don't look the same to me

I just wade the tides that turned
Till I learn to leave the past behind

It's only lies that I'm living
It's only tears that I'm crying
It's only you that I'm losing
Guess I'm doing fine

All the battlements are empty
And the moon is laying low
Yellow roses in the graveyard
Have no time to watch them grow

Now I bade a friend farewell
I can do whatever pleases me

It's only lies that I'm living
It's only tears that I'm crying
It's only you that I'm losing
Guess I'm doing fine

Press my face up to the window
To see how warm it is inside
See the things that I've been missing
Missing all this time

It's only lies that I'm living
It's only tears that I'm crying
It's only you that I'm losing

quarta-feira, setembro 29

Dia vazio...

Há dias vazios… dias que passam sem nada, nem ninguém… que passam só porque os ponteiros rodam no relógio.
Acordei triste. Tal como o dia também lá fora. Mudei um pouco a hora do despertador. Queria voltar a adormecer. Voltar a acordar… com um Bom Dia.
Depois já era tarde...
Hoje o dia passou. Só isso.
Hoje o dia não me tocou. No meio de tanta gente, nem só um beijinho rápido, solto quase por nada… , nem um só (a)braço…, nem só uma mão que sem querer me tocasse.

terça-feira, setembro 28

Já em forma de comentário final...

Com todos este obstáculos que a vida me colocou nos últimos tempos, aprendi que no meio de tanta escuridão só há uma formula para atingir de novo a felicidade, gostar de mim. Espero que as lagrimas derramadas tenham servido para limpar o nevoeiro que pairava sobre o meu destino...
Lt´s fucking move on...

segunda-feira, setembro 27

Concertos Inesperados 2...

Concertos Inesperados...

Confissão

Confissão: faria tudo outra vez... mesmo sabendo que este era o preço a pagar. Podes ir...leva na bagagem o desprezo, o desalento, a decepção. Leva contigo as palavras que já não quero ouvir... leva tudo. E se não for pedir muito, leva tambem esta tristeza, não a quero.

Vai...

Aqui...

Aqui posso escrever as palavras que não consigo pronunciar. Aqui não tenho que medir o que digo nem pesar o que penso, aqui posso ser eu, sem fingimento.

Aqui ouço os pedaços de um coração a gritar tanto que quase fico surdo. Aqui, a fumar um cigarro sei que a eternidade de dias e de noites já não faz sentido. Aqui, sei que desejo apenas que tudo se torne depressa em memória... e mesmo que não possa esquecer, pelo menos não lembre.

Aqui já não procuro nada, já nada espero. Já não quero as respostas para os problemas.
Aqui o silencio dói menos...

RIP

A morte revolta-me sempre. Dá aquela raiva porque fico sempre com a sensação de que ficou muito por fazer, sonhos por realizar, palavras por dizer e por ouvir. As palavras bonitas, as que demonstram o bom que temos em nós, quase sempre ficam presas na garganta...é tão mais fácil dizer as palavras que magoam!

Tudo isto me atormenta. A minha avó um dia disse-me que a vida não devia caminhar assim... para a morte!

Colocam a terra por cima de nós e pronto. A vida termina ai. Já nada mais há que se possas fazer... ficamos ali, debaixo de uma terra fria.

Pior é para que cá fica. Para quem vai, se é que existem, os anjos, arcanjos e serafins, vão-nos recolher de braços abertos num mundo que será bem melhor que este...

bla, bla , bla...

quinta-feira, setembro 23

Entrevista de mim para mim….

Qual o grande problema a respeito das drogas?
Não é o facto de elas fazerem mal ao organismo, pois se fosse por isso ninguém vendia Coca-Cola, mostarda, maionese e tudo o resto que consumimos. O único problema com as drogas é que elas são produtos comercializados sem impostos e nem fiscalização.

Então porque legalizar?
Porque poderia ser mais um motivo para fazer um upgrade na nossa economia. Porque o dinheiro gasto no combate ao tráfico poderia ser aplicado no tratamento de dependentes. Porque os impostos consequentes da legalização poderiam ser aplicados no tratamento de dependentes.

E porque não legalizar?
Porque os importadores e distribuidores de grande porte ganhariam subsídios do governo para produção e não repassariam à sociedade.

Então você defende a legalização?
- Não.

Mas então você é contra a legalização?
- Não.

quarta-feira, setembro 22

O artista segundo o artista...

"Há um caminho que leva de volta, da fantasia para a realidade – o caminho da arte. Um artista é mais uma vez, em rudimentos, um introvertido, não muito distante da neurose. É oprimido por necessidades instintivas excessivamente poderosas. Deseja honrarias, poder, riqueza, fama e o amor das mulheres; mas não tem meios de atingir estas satisfações. Conseqüentemente, como qualquer homem insatisfeito, ele se afasta da realidade e transfere todo o seu interesse, e também sua libido, para as construções de desejo da sua vida de fantasia, um caminho que pode levar à neurose...
Para os que não são artistas, o prazer a ser obtido com as fontes de fantasia é muito limitado... Um homem que é um verdadeiro artista tem mais à sua disposição. Em primeiro lugar, ele sabe como elaborar seus devaneios de maneira a fazer com que eles percam o que é pessoal demais e repele os estranhos, e a tornar possível que outros partilhem do gozo. Ele também compreende como atenuá-los, de forma que eles não traiam facilmente sua origem de fontes proscritas. Ademais, ele possui o misterioso
poder de moldar algum material particular até que ele se torne uma imagem fiel de sua fantasia; e sabe ainda como ligar uma fonte de prazer tão grande a esta representação e sua fantasia inconsciente, de forma que, pelo menos no momento, as repressões são superadas e suspensas. Se é capaz de conseguir tudo isto, ele faz com que outras pessoas possam mais uma vez extrair consolação e alívio de suas próprias fontes de prazer em seu inconsciente, que se tornaram inacessíveis a elas; ele obtém sua gratidão e admiração, e assim obteve através de sua fantasia o que originalmente só tinha conseguida na sua fantasia: honrarias, poder e o amor das mulheres."

O drama segundo Freud...

"O drama, diz Freud, é uma forma de tornar acessíveis fontes de prazer ou satisfação na nossa vida emocional, grande parte das quais é de outra forma inacessível. Assistir a uma peça faz para os adultos o que brincar faz para as crianças. O dramaturgo e
ator permitem que os adultos o façam levando-os a se identificarem com um herói. Como o drama tantas vezes ocupa-se do sofrimento, o prazer do espectador deriva-se de uma dupla ilusão: primeiro, que é outro e não ele que está representando e sofrendo no palco, e em segundo lugar, porque se trata, afinal, de apenas um jogo, que não pode representar perigo para sua segurança pessoa. Contudo, os conflitos retratados no palco devem estar dentro do âmbito da experiência do espectador. Por isso, se o sofrimento no palco torna-se intenso demais, o espectador deve ser muito neurótico para sentir prazer com isso. Assim, há um entre-jogo entre o autor e a audiência, da mesma forma que nos chistes.

Conclui Freud: “Em geral, pode-se talvez dizer que somente a instabilidade neurótica do público e a habilidade do dramaturgo em evitar resistências e oferecer satisfações pode determinar os limites impostos à utilização de personagens anormais no palco."

segunda-feira, setembro 20

1 dia triste por Lis(boa)...

Andava eu na rua a correr com a cabeça sempre a bater... quanto mais eu corria, mas a cabeça na tola batia...

domingo, setembro 19

Thank you for your love...

Estou cansado...

Sinto um cansaço enorme dentro de mim. Cansaço exaustivo e destruidor que me fazem questionar o quanto valho. Abandonado sem justa causa, não quero mais voltar a dançar no salão onde as luzes renascem a cada teu passo. Alguém me faça um transplante de coração, quero um coração que me faça não sonhar mais, a não desejar quem me faz mal e acredita (inventa) coisas sobre mim. Quero um coração que não me faça mais chorar e encher a minha cara de lagrimas.
Que faço eu aqui? Que mundo existe para além do teu? Para que passar horas, dias e noites em branco a recordar o passado se tu não queres ter um futuro. De que me fale ser sincero e honesto? Não consigo esperar mais, dentro de mim sinto que não me vais salvar desta velha e duradoura angustia.

Não quero mais...

Hoje, não tenho mais vontades. O sol escondeu-se por detrás do horizonte e os ventos afastam-me de ti. As ondas do mar exaltam-se e tentam engolir o pontão tal como os nossos corpos se entrelaçavam de forma quente e desmedida, quando o coração era só um. A partir de hoje não quero ter mais sonhos do meu inconsolável amor por ti. Nunca me interessei por datas ou erros, porque todos erram. Como é possível ser vitima de uma arrogância mental sem precedentes. Acreditem todos no que quiserem... O tempo vai dar-me razão.
Hoje não me quero iludir mais...

Abraço

Resgatam-me do mundo em que imaginar é ter asas, é voar com destino marcado e sonhar o já pensado. Levem-me todos os sentidos que me prendem à realidade forçada do dia-a-dia e renovem-os num acreditar que sentir é a verdade a viver.
A música é o silêncio de um sorriso, parada num respirar fundo… inspirar até encher o último alvéolo, trocar os ares passados pelos que se querem futuros e, assim, nutrir o corpo, o coração, a alma…
O tempo pára onde o voo, de pés assentes na terra, é tão alto que aquele sonho nunca foi pensado. Prolonga-se… porque os pés que caminham no mesmo sentido, festejam sempre as metas juntos.
É assim... quando os braços se apertam num abraço.

..........

Não é a dualidade de momentos que entristece, mas sim a dupla de sentimentos que se manifesta.
Quando se tem por medida dois extremos, é difícil encontrar o meio... Não pela virtude, mas pela estabilidade.
Quando se ama e magoa, só a perdoar é possível continuar.

domingo, setembro 5

Não sei quem sou...

Estou num momento de auto conhecimento. Vejo o que mais quero a ir e o que menos quero a tornar-se o meu filme de vida.
Neste momento não sei quem eu sou, só sei que ela era parte de mim. Quem sou eu afinal? Não te sei responder, sou daqueles homens com as suas diferentes maneiras de viver, com a sua beleza e defeitos mas muito limitado a um circulo de sentimentos indescritíveis e fustigantes. A única coisa que eu sei é que me chamo Fernando e perdi para sempre o meu ideal de vida. Não sei o que posso fazer e ser daqui para a frente. Não sei pintar, não sei escrever porque cada linha é um relato de nós e do que não vivemos porque não me deram a segunda chance que todos merecem. É tudo estranho, irónico? Provei o veneno dos meus erros e acabei assim... sem ti e ele acordarem ao meu lado. Por mais que digas que não, eu sei que no silencio sou algo para ti. Quero acreditar nisso e ser teimoso ao ponto de esperar, só que seja, até algum dia que me mostres uma luz, a saída deste poço. Não sei quem eu sou, faço o mínimo para viver, porque acredito que um dia vais agarrar a minha mão e dizer baixinho "eu ainda te amo"... Estou preparado para tudo, até a morte, só porque quero que me digas doces mentiras, quero que me iludas como uma criança.

Olha nos meus olhos e diz-me outra vez...

quinta-feira, setembro 2

Vazio em mim

O mundo fica vazio aos poucos… Parece um balão que sem furo e sem barulho perde ar.
Todos partem… com distâncias diferentes, mas partem… e deixam pedaços.
Parte quem vai crescer para longe. Partes tu, com quem não estava muitas vezes, mas já sinto falta. É diferente. Sorríamos sempre. Às vezes tristes, com a vida do avesso, mas sorríamos. Havia sempre novidades… e coscuvilhices (admito). Nunca te disse… mas admiro a maneira como te entregas… como fazes de segredos partilhas lindas. Não sei porque começou assim tão forte, mas sabe bem a nossa amizade.
E tu… a quem não achei piada quando te vi. Ar de menina mimada e que implicava com toda a gente. Foi assim só até te ver triste… até ao primeiro abraço. Quem mais me vai oferecer aqueles beijos todos… que eram teus? Nunca foi preciso dizer muito… Agora parece que ficou tanto por dizer.
Este lugar longe… este tempo longe… é um sonho meu. Fico feliz por ter chegado...
E parte quem fica perto… Quem sem palavras pede espaço… Quem precisa de um mundo que não reconhece nas minhas mãos.

segunda-feira, agosto 23

Saudades

Volto a ter saudades tuas, encostado à janela, oiço os carros a passarem na ponte, vruuuum, vrummmm. Fumo para poder acalmar o meu turbilhão de emoções e tento dar um passo em frente. Isso mesmo, encostado à janela tento dar um passo em frente mas sou impedido por uma voz vinda de um sitio desconhecido, quem será?
Uma inquietação ardente abate-se sobre mim em plena escuridão da morte, onde os nomes ecoam nas memórias ainda vivas de ti.
Os teus beijos estremecem e a minha mão engana-se, torna-se cega e engana-se das poucas palavras que caracterizavam tudo e nada...

quinta-feira, agosto 19

1º Desabafo - negro....

Ainda achando que alguém me lê, deixo aqui alguns conselhos antes de partir a descoberta de Portugal com o meu mais pequeno.
Estarei de volta na segunda....











quarta-feira, agosto 18

Recordações...

É hoje que tudo começa ou que tudo acaba. Entro na rotina esperada sem saber o que me espera. Deixo que as emoções acalmem e tento usar a cabeça de cima. Agora navego num tsunami de recordações. Recordo os tempos em que nos cruzávamos como perfeitos desconhecidos, sem reparar nas sombras que já na altura se abraçavam entre nós num silencio comprometedor. Ainda nem tinha provado os teus lábios, mas percebia que me desejavas à tua maneira sempre estranha, mas verdadeira. Confesso hoje que não percebi que existias até compreender que me querias. Trocávamos, tal como hoje, olhares ferozes e tímidos como tu.
Mas em(fim), longínquos vão esses tempo que agora me causam tormentos na alma, pelas tristezas de tanto que ficou por cumprir. Edito cada memória de forma única e exclusiva. O amor faz com que esqueça um pormenor, recordo outro e acrescento outro, de maneira a que a historia fique comigo para sempre bonita. Por vezes demoro a encontrar-me nos enormes labirintos do meu corpo, sedentos dela e da tua respiração ofegante.
Nos meus últimos dias de pouco sono, tenho falado com a lua, que devido a minha memória cinematográfica lhe chamei de Wilson. Depois de uma longa conversa, abracei o Wilson, beijei o vento e fui procurar o sono...

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

domingo, agosto 15

Razões...

Passado um dia sobre o outro sinto que a data de um novo ciclo está para chegar, por agora continuo a encontrar razões para aqui estar. Esta é uma delas...

sábado, agosto 14

Fiz de tudo...

Fiz de tudo para... não me desiludir... ou para (não) sentir aos pouquinhos.
Tentei colorir mesmo quando as mãos estavam atadas.
Tentei ver outro lado mesmo quando tudo era unilateral.
Tentei ser mesmo quando deixei de existir.
Mas, os lápis acabaram, os olhos já não se enganam e eu... rebentei, como se não não tivesse havido qualquer treino (de dor).
Já não há desculpas... justificações aparentes encontradas no meu querer.
Está tudo (con)sentido sem sentido.
Percebo que não deixei de saber sonhar, mas que algum tempo não passou de um sonho.

Ser Feliz...

"Ser feliz é ter futuro e é dar futuro. Todos pensamos ser felizes e acordamos todos os dias com esse desejo. Mas ser feliz não é uma sorte, nem é ausência de problemas. É viver com sentido, com coragem, construindo o futuro e dando futuro. Isso depende de mim.
Era uma vez um homem que corria e corria pela vida... A vida era curta e necessitava de correr muito para gozar muito e ser feliz. E quanto mais corria, mais necessitava de correr! Descobria sempre mais lugares para visitar! Necessitava encontrar tudo e gozar de tudo. Até que um dia, cansado de tanto correr, parou. Então, a felicidade pôde alcançá-lo."

Padre Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos"

quinta-feira, agosto 12

It´s a new day...

Vou tentar - Take 2

As nuvens continuam carregadas. O brilho do sol tarda em romper esta escuridão e assim impede-me de ver o azul garrido do céu que tanto sonhei.
Quero afastar esta escuridão, quero soprar tão forte de forma a afastar estas nuvens para bem longe.
Nos últimos tempos senti-me fraco, incapaz sequer de tentar… estava frágil e cansado….

…. No entanto….

Hoje sinto que foi um novo dia…estarei mais forte, mais capaz e com mais vontade de colorir o céu com outra cor que não negro.
Poderei não ser capaz de soprar tão forte, poderei não conseguir afastar as nuvens…poderei falhar….mas jamais poderei dizer que não fui capaz de tentar!!!

O quê?

Não sei, mas espero que Viver….

Vou tentar...

Vou tentar sobreviver
mandar fora esta angustia do peito
parar de pensar no passado
viver o presente intensamente
o futuro a deus pertence
não vou mais chorar
se tudo é como é
não vou mais tentar mudar
vou relevar tudo
deixar pra lá
vou me controlar
viver automáticamente
relaxar a mente
e tentar sorrir se possivel for
fazendo o favor
para quem me ama
e não reclama
isso vou fazer, podem crêr
tentar ser feliz
sem pensar no que perdi.

Shut the fuck up!!!

terça-feira, agosto 10

Filho da puta de mundo...

Filho da puta de mundo,

Não sei que mal te fiz eu, por isso tenho de perguntar: Porque raio resolveste implicar comigo?
Desde que me lembro vivo rodeado de mentira, decepção, fraude, traíção. Sempre tentei tomar uma postura correcta, sempre tentei viver de modo a andar de cabeça levantada... E para quê? Para estar constantemente a levar chapadas? E pontapés? E tareias? Não das físicas, das mentais que deixam feridas muito mais profundas e dificeis de estancar. Nunca te pedi nada de especial... Só quis a amizade e carinho de umas poucas pessoas e dinheiro para levar uma vida digna. Não penses que é egoísta dizer que preciso de dinheiro. Não é. Todo o mundo precisa de um mínimo de condições. Também não queria o dinheiro se não tivesse com quem partilhar.

Agora as perguntas que me trazem aqui... Quanto é que uma pessoa consegue aguentar? Durante quanto tempo? Existe um ponto de não retorno? Porque é que me tiraste-me de perto dos meus filhos? Porque é que nunca me mostraste amigos verdadeiros, daqueles que estão presentes todo o tempo, no bom e no mau, dos que gostam de nós, independentemente do que façamos, incondicionalmente, que não nos traiam, que aprendam com os seus erros? Porque é que me ensinaste da maneira mais dificil que o Amor não existe? Que tudo não passa de uma invenção do rídiculo ser humano para tornar mais suportavél a sua passagem na vida... que tudo o que fazemos neste planeta, que a nossa função é a simples continuação da espécie. Pois bem, a nossa missão está cumprida! Somos o ser dominante deste penoso planeta... Não tarda passeremos à extinção... Não tarde também TU morrerás... Viverás apenas como pó estelar, e então outra raça alienegena, quem sabe mais avançada que nós, irá estudar-te e dizer: Neste pó, outrora vivou a raça mais egoísta e mais narcisista que há memória na história do Universo... Enquanto isso não acontece, limita-te a continuar a tecer os destinos de pessoas que têm alguma potencial, de pessoas que poderiam tornar-te melhor, de pessoas que TE salvariam, desse teu modo tão imperfeito que deixa todos esses cabrões e todas essas mentes obtusas e que não conseguem pensar por si próprio dominar e atropelar tudo e todos... Se calhar estive sempre errado... Esses tipos é que tiveram sempre razão: "Sucesso a todo o custo e o eu é que importante, independentemente de quem tenhas de atropelar ou como tenhas de atropelar"...

Pois bem, conseguiste o que querias! Quebraste-me! Em breve já não acordarei no deitado nesta cama. No meu lugar estará um corpo autômato... Um corpo sem preocupações, sem sentimentos, sem pensamento, um corpo sem ALMA. Será um corpo que automaticamente acordará todos os dias e escrupolosamente dirigir-se-á ao emprego onde desempenherá todas as suas tarefas e regressará à noite para repor as suas energias, para no dia seguinte repetir o processo. E isto é para onde caminha a humanidade... Seres automatos... Robos com as suas funções.

Até sempre mundo cruel,
Espero que sejas extremamente infeliz,

Zé Ninguém

Bye...

Fear...

Have no fear
For when I'm alone
I'll be better off than I was before

I've got this light
I'll be around to grow
Who I was before
I cannot recall

Long nights allow me to feel...
I'm falling...I am falling
The lights go out
Let me feel
I'm falling
I am falling safely to the ground
Ah...

I'll take this soul that's inside me now
Like a brand new friend
I'll forever know

I've got this light
And the will to show
I will always be better than before

Long nights allow me to feel...
I'm falling...I am falling
The lights go out
Let me feel
I'm falling
I am falling safely to the ground

Stuff

Completo!!!

quinta-feira, agosto 5

Silencio Negro

Silencio-me neste silêncio. Apenas falo sem fala. Por entre as vibrações sonoras que invadem o meu quarto, olho para o rio em mais uma daquelas noites dolorosas. Já lá vai tanto tempo desde que cheguei e a minha cabeça continua com a mesma neblina que confunde o meu destino. Tenho tentado de tudo. Malditos sejam os químicos que deixaram a minha alma adormecida, parei logo passadas duas semanas. Lamento, mas não vou lá com comprimidos e palestras motivacionais vindas de quem no fundo, nada quer de mim. Neste momento apenas a musica me consola. Fui vencido por uma mente retrógrada, que apenas vê o que deseja ver, não a realidade tal como ela é. Tal como até hoje, irei manter-me fiel ao que sinto e ao que acho certo...

domingo, agosto 1

sexta-feira, julho 30

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

quinta-feira, julho 29

Realidade...

Não sei há quanto tempo vagueio pela cidade. Nada nem niguém me espera. É o mundo monocórdico de silêncio que trago hoje comigo. Não interessa. Começo aos poucos a despedir-me desta cidade. Estes recantos têm um cheiro conhecido. Reconheço o sentir de cada odor e o prazer que me dá sentir-me em casa. Amanhã encontro provavelmente outros recantos de que passarei a gostar também. Há que matar a passividade, a inutilidade das coisas. Na outra face do espelho vão-se definindo os contornos agudos do crepúsculo. As asas frenéticas da noite batem em debandada ao ritmo preverso do desafio final. Recolho-me na realidade do costume até esgotar a capacidade de encontrar na bruma o elixir da alma. Sinto que preparo um plano de fuga, não consigo encarar a realidade!

Estranho...

Há pessoas que uma vez na nossa vida não desaparecem mais. Por muito tempo que estejamos sem as ver, uma vez reencontradas continuam tao perto como no último dia em que as vimos. E isso pode ter sido há anos!...

É incrível como uma pessoa que em tempos foi um estranho na minha vida, agora é a vida para mim!!!

sábado, julho 24

Dar...

Dar é qualquer coisa para que nem sempre estamos preparados. Falo em dar efectivemente.
Atenção, afecto, agressividade, alegria, cumplicidade, discussão, mas dar é essencial.
Achamos frequentemente que damos e não damos nada.
E é tão fácil!...Quantas vezes nem falar é preciso...só um abraço, uma mão por cima do ombro, ou um simples olhar!...
Hoje nesta semana de calor intenso, o meu conselho é dar!!!

quinta-feira, julho 22

George Bush Top 10 Moments - David Letterman Show

Wake Up Cunha!!!

Mensagem do dia!!!

Não fui feito para isto...

Não fui feito para isto, nem para aquilo nem para o outro. Estou a "sentimentalizar", a "idealizar" uma realidade, mas no fundo, a realidade é horrível! Não me parece. Não me parece que seja justo ter de aceitar tudo só porque os médicos dizem, os livros escrevem mas a mente não sente. Agora, viver é uma variante de pisar ovos... Não fui feito para isto!

End of story

Humor Negro!!!

Hard Times - Coca-Cola Commercial

quarta-feira, julho 21

Historia da moral...

...

Sento-me passados exactamente dois meses depois do meu regresso e reparo o como as minhas ideias mudaram em relação a tudo o que se tem passado na minha vida. Hoje estou mais calmo, mas nem por isso mais certo do rumo a tomar. Admito que não tem sido fácil aceitar que existem algumas etapas da vida que não conseguimos mudar, mesmo que tentemos de tudo... de tudo mesmo... No final de tudo o que conta é se as pessoas se amam ou não.

Os problemas mais do que amorosos são neste momento existenciais e de revolta para com o destino ou lá que seja o que nos comanda. Irrita-me o facto de não podermos controlar o destino. É como se tudo já tivesse escrito e ao mínimo erro não há volta a dar. Não é justo que a vida seja tão linear assim ao ponto de sermos obrigados a seguir por caminhos que não foram os planeados pela nossa mente / coração.

Não querendo revelar todas as etapas por que tenho passado desde que cheguei (até porque contado ninguém acredita), posso afirmar que ainda não cheguei a nenhuma decisão. Cheguei a conclusões, mas que não me convencem o suficiente para me fazer tomar decisões. Confuso dizes? Eu percebo!

Por aqui arranjei uma casa tão modesta quanto a minha moral. Nela passei os melhor e os piores momentos desde que cheguei. Mas sinto-me bem, é como o meu quartel general onde de refugio quando a mente pede.

Tenho andando a mandar uns CV para tentar demonstrar a alguém que não eu, que estou super motivado para trabalhar. A mim não me engano eu...

Resumindo o irreduzível, posso afirmar que ainda estou mais preocupado em me resolver interiormente do que dar os primeiros passos que muito provavelmente o meu destino me está a reservar.

Estou magoado com tudo, mas com a certeza que sairei daqui mais forte e uma pessoa melhor. Afinal de contas, neste momento estou abarrotar de tralha intelectual e por isso sem capacidade de perceber a realidade. Tudo acontece por alguma razão certo? então é porque tudo o que tem acontecido na minha vida tem um propósito... qual ainda não percebi...

Agora estou em fase de esvaziar a cabeça de todo este lixo intelectual, só assim encontrarei o silencio reconfortante e revelador de qual o próximo passo a dar.

domingo, julho 11

Moral da Historia

Procurei em varias religiões, em vários livros e até mesmo em varias mentes. A conclusão de todas é a mesma: da mesma forma que o filho pródigo que, no inicio, procura a felicidade fora de si, mas finalmente regressa ao lar interior e se reconcilia com o pai (eu verdadeiro), é igualmente conveniente que tentemos melhorar a nossa qualidade de vida exterior, mas sem viver de costas voltadas para o nosso próprio ser. Aquilo que mais tenho apreendido nos últimos anos da minha vida é que no exterior podemos encontrar prazer e dor, amor e desamor, encontros e desencontros, diversão ou solidão, mas a felicidade permanente só pode ser encontrada dentro de cada um.
Eu decididamente ainda não a encontrei a paz interior e parece que me apresso a complicar a sua busca cada vez mais, ou porque faço escolhas erradas, ou porque complico as que foram boas. Enfim, à margem de saber se a vida tem ou não um ultimo sentido, esse, o tal sentido, é aquele que decidimos dar a cada momento. Julgo ser esta a receita para atingir felicidade / liberdade. Não é uma ideia, é uma experiência que temos de viver passo a passo e tomando o que de melhor há em cada um desses passos.
No fim o privilegio será nosso, pois o esforço foi nosso também...

:)

Sei lá eu se é isto... Mais uma viagem mental sem bilhete de regresso...

até amanhã...

sábado, julho 10

Tão Natural como a Natureza

A natureza não se queixa dos maus tratos, mas exala do seu íntimo tudo quanto lhe faz mal. Construímos o mundo à custa do mal que lhe fazemos e pagamos a factura. O homem vítima de maus tratos, vai aguentando até rebentar, não fizesse ele parte dessa natureza que nos cerca! Porém há os que reagem de imediato, os que reagem à posteriori e os que simplesmente reagem para si e contra si. São estes últimos os que ficam doentes. O maus tratos reflectem-se na forma como os seus orgãos passam a funcionar.
O cérebro regista o "trauma" e a seguir processa-o invariavelmente atacando a alegria primeiro, e pouco a pouco tudo quanto coordena. Assim e segundo dizem os chineses, quem não arranja tempo para se divertir, tem que arranjar para se tratar. De nada adianta ocultar o mal estar. Pode-se enganar o próximo, mas não a natureza.

Obrigado Graça por este maravilhoso texto...

Uma relação comum

De mim para mim pergunto a razão. Não se tocam, não se riem, não comunicam, não fazem amor, não fazem nada, então porquê?
Sei que a solidão é um peso que muitos não aguentam, mas será isto pior do que estar sozinho? Será que não estão mais sós, assim? É o hábito. Habituaram-se a entrar em casa e a saber que o outro vem, ou já lá está.
Também se pode pensar que o outro pode ajudar, pode fazer, pode estar… mas é mentira. E é essa mentira que dia após dia o a maioria dos casamentos vão vivendo na única certeza de que nada de novo ou diferente acontece com cada um deles, porque estão à espera que seja o outro a mudar. Hão-de aprender que niguém muda nada, a não ser o próprio. Mas isso é o que vida ensina e que só se aprende vivendo. Por vezes nem essa consegue ensinar.
Deixam-se viver e vencer, até quase deixarem de existir. Só aí, só mesmo quando chegam ao ponto de roptura com eles e com o mundo se erguem lentamente na procura de uma outra identidade, pensando ser capaz de redescobrir o sol da vida que durante tanto tempo não brilhou para eles.

Será que ainda vão a tempo?

sexta-feira, julho 9

Uma noite em Paris

Os dias passam em Paris passam da mesma forma que em Lisboa, a espera da noite para me adormecer. De noite não sei sentir… e no escuro parece mais fácil chorar. Tropeço no que não consigo anestesiar e magoo-me porque teimo em não esquecer o que parece tão perfeito... As lágrimas, aquelas gotas pequeninas, de sabor único, caem no meu peito já dorido ainda a recuperar do desastre a que foi sejeito. Parece que afogam as palavras... Já não falam mais alto… já não se soltam só porque sim, nem, tão pouco, quando já se apertam para caber todas no silêncio.
Na tentativa de dormir, embrulho no meu pulmão bafos de esperança e de uma vida melhor… o coração nunca fica confortável. Ora o ar o parece expulsar e rebentar em mil pedaços, ora o abandona e o deixa só...
A alma balança nos vértices de um triângulo quase redondo… algo semelhante a um mundo com pontas soltas. Recorda os tempos em que pensar e sentir era equilíbrio possível. O meu coração pensa que sentir dói e sente que pensar sem razão é insulto à lógica de ser feliz.
Achava que as recordações eram suporte da eternidade e não a única maneira de eternizar o que sonhado era sempre presente.
Pensei em dias para libertar as palavras, dar espaço ao coração para crescer, acalmar, sorrir… e voltar. Os dias eram outros, não aconteceram… Hoje o tempo mudou(-me)… e eu sei que não terei palavras, mas medo do olhar desfocado a pedir um abraço… aquele que, para além de esperança, inventou esta saudade.

Memória Fotográfica Paris





Paris - Concerto The Divine Comedy

Ontem foi um dia de perder-me por Paris, de ser levado pelo acaso mesmo sem querer ir.
O que se pode dizer de Paris? O que dizer que ainda não foi dito por inúmeros escritores, pensadores e artistas?
Melhor assim, já não preciso dizer nada.
Viver o já dito e imaginar que um dia Paris foi original para alguém...

Viva a dispersão! Hoje a rainha da dispersão merecia ser coroada.
Mês e meio já passou, segui a rua ao reverso, o tempo escorreu tudo no percurso. A cidade convida e a dispersão aceita.
O tempo é quase líquido, escorre e infiltra tudo, depois deixa as suas marcas de inundação.
Quando queremos agarrar, o tempo é gasoso, intocável, cerca-nos mas não conseguimos apreende-lo.
O tempo é mesmo abstrato, a tentativa de o definir é mero exercício de dispersão.
Mas hoje, no suposto dia da coroação da dispersão, posso pensar no tempo e tentar agarrá-lo – mais uma vez.

quarta-feira, julho 7

Eu dissolvi na areia
As mágoas do meu penar
Lavei-as na lua cheia
E enxuguei-as no mar

Nas águas soltas de um rio
Lavei a minha alma cansada
E na proa de um navio
Naveguei de madrugada

Na calma do horizonte
Descansei, o meu olhar
E junto da velha fonte
Eu passei para recordar

Ao longe, a velha nora
Onde em tempos morei
E recordei o que outrora
De lágrimas eu derramei

Passei bem junto ao jardim
Que em tempos, eu plantei
Sempre à procura de mim
Da procura, eu não achei

Pensei, o tempo passou
Isso não vou mais viver
Mas a dor me acordou
Só para me fazer sofrer

E neste corpo que é meu
Eu procuro, já cansado
A criança, que cresceu
Amou, sonhou e sofreu
E se sente aprisionado.

quarta-feira, junho 30

1 Dia...

Hoje foi o primeiro dia de uma nova etapa da minha vida. Estive, juntamente com a minha nova amiga, a ler todos os meus posts deste blog! Uffa! Que grande viagem... É tão mais fácil dizer o que sinto enquanto escrevo. Talvez porque tenho mais tempo e calma para racionalizar, ou relativizar os problemas. Como é possível poder escrever tão bem o que sinto, ser tão claro e simples na forma como acho que devem ser as coisas, mas depois no dia a dia, nada disto é atingido. Adorava que a vida fosse feita só de palavras, em que as frases eram os nossos actos na sua mais pura forma de ser.

Hoje comecei a minha relação com a Dra. Teresa, a minha maior confidente de hoje em diante. Ela e o meu blog serão a partir de hoje a minha ultima esperança para tentar atingir a paz que tanto procuro. Desde Abril que o meu profundo sentimento de tristeza, acaba com as minhas vontades, todas elas. Vontade de comer, de dormir, de pensar, de amar... por ai fora...
Nestes três últimos três meses contei com a ajuda de bons amigos, que apesar de não sentirem na pele a minha magoa foram sempre e cada um a sua maneira, tendo o seu papel. Os amigos são sem duvida um dos bens mais preciosos para a nossa sanidade mental, mas por vezes, temos mesmo de recorrer a alguém especialista do assunto para poder por alguma calma nas aguas sujas que têm vindo a contaminar os meus pensamentos.

Não ouvi nada que já não tivesse escrito ou pensado e por isso não interessa voltar a falar dos mesmo assuntos que escrevi em posts anteriores. Agora é olhar para a frente! Sempre disse que as depressões eram doenças de ricos, de gente que não tem que levantar o rabinho cedo da cama para ir trabalhar. Agora sim é altura de mostrar a verdadeira força que existe dentro de mim.

O mais importante foi reconhecer o que sinto, e não me iludir em relação a isso, não ha mal nenhum ficar a sentir as nossas dores, as nossas tristezas, as nossas magoas, e as nossas frustrações. O caminho é mesmo por ai, sentir o que temos para sentir, e não fugir e evitar sentir o que vai dentro de nós.

Agora resta-me confiar na vida. Aceitar todas as tomadas de consciencia que tenho tido, por que a consciencia é o primeiro passo para a transformação. Por um lado é injusto retirar todo o crédito que tenho e mérito pelas minhas conquistas. Desafiei os meus limites, e tenho tido muita coragem. Sou assim, sempre fui, já em Londres provei as minhas capacidades, e para quem foi para lá com 500 euros para tirar um curso de teatro não tá mal :)

Reconciliação

Querer estabelecer processos de paz enquanto no terreno se multiplicam actos violentos de represália é como tentar apagar um fogo a baldes de gasolina. Para alcançar a paz é preciso atravessar a terra do perdão. O perdão é um valor incompreendido, mais conotado com a cobardia do que com a coragem. O perdão exige a força da superação desse tipo de opiniões e tal superação exige coragem:

"Perdoar é o valor dos valentes. Somente aquele que é bastante forte para perdoar uma ofensa, sabe amar".

"Mahatma Gandhi"

O fim da Utopia...

A verdade é que era bom demais. As coisas aconteceram quase naturalmente e foram-se criando laços, quereres e convicçoes que levavam a crer que o caminho era por ali.
Foi ontem há 2 meses, nao interessa, aconteceu.
Foi o fim da utopia.
Tudo quanto acreditámos, construimos e sonhamos, não passa agora de uma quimera que uma vez destruída tarde ou nunca se irá refazer.
A mim resta-me esperar e ser fiel aos meus sentimentos. Já sei que o tempo cura tudo, aliás, estou farto de ouvir isso. Resta agora saber quanto tempo irá durar este tempo?
Não amarei mais ninguém, até que o meu coração dê ordem de partida. Serei fiel a mim mesmo e as minhas convicções.

Ultimo post sobre o amor...

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
Mas para isso há que ter coragem!

in Livro do Desassossego, Bernardo Soares

segunda-feira, junho 28

Nada...

Tudo apagado. Silêncio. Nada. Ninguém.
O silêncio quase cala a falta de palavras.
Tudo apagado. Silencio. Nada. Ninguém.
O Silêncio quase cala o segredo.

Não sou forte...

Não sou forte assim.
Não sou forte como às vezes me dizem.
Não sou forte!
Não sou forte para mascarar dias tristes de outros dias, para secar lágrimas com o desviar do olhar antes que se desprendam do fundo da minha alma.
Não sou forte por disfarçar o meu silêncio interior com conversas banais a que a convivência obriga, nem por sorrir e não chorar quando se vê.
Não sou forte nem por tentar.

Não sou forte porque há momentos em que a força se esgota!
Não sou forte porque os dias tristes cansam e pesam, porque as noites não adormecem e dão tempo para todas as lágrimas correrem.
Não sou forte porque o silêncio ganha e ganha-me. Irrita. Entristece. Dói. Exibe cada segundo de gritos mudos, abafados na distância, porque à noite não há conversas para lá das recordações.

Não sou forte porque não vale sorrir assim.
Não sou forte porque não basta tentar… é preciso ser capaz.
Sou pequeno e frágil.

Duvidas...

A dúvida é um sentimento penoso por vezes, mas que me faz estar alerta. Gosto de encontrar as respostas para as dúvidas que vou tendo neste caminho difícil que é a vida.
Luto todos os dias até aos limites do possível para entender o porquê de tudo o que me acontece. É vencer e vencer-me, ou dar-me por convencido, mas raramente, vencido. Quero acreditar que as dúvidas são desafios que a vida me faz para não lhe passar ao lado. Quero acreditar que na boa vontade que tenho em que as coisas aconteçam. Quero acreditar que nada disto foi por acaso, pois os acasos não passam de interpretações irreais da nossa cabeça.

Despedida.

Gostava de ter a lucidez de esperar para ver a hora. Gostava de sentir que a pouco mais de uns dias, que mais não eram que horas, nos íamos encontrar!
O entusiasmo começava cá dentro. Tudo mudava. Havia ritmos que só então ouvi... e chegada a hora do abraço, o ar escasseava e as palavras esvaiam-se...comigo.
O toque era sublime na subtileza de tudo dizer. Queria, queria tudo, e tão só aquele momento!
Havia tanto para dizer, para contar...no entanto as nossas bocas procuravam-se, falando de nós e por nós.
Tudo era como novo, mas sentido e desejado como há muito! A rapidez do encontro denotava uma enorme cumplicidade...de vontades, de emoções, de vivência, desejo e...medos!...

Onde estava eu? Que realidade era aquela que fazia sorrir cada um dos meus sentidos? O que era que percorria o meu corpo e não deixava descansar a minha cabeça? Quantas perguntas, quantas respostas, quanta ternura, quanta partilha...tudo compactado no espaço de umas horas!

Um aperto no peito e no estômago, faziam regressar a realidade. Querer tudo e nada, não saber o que querer. Estranho o sabor que deixava na boca aquele beijo de despedida! Fugia para não te ver e só queria estar contigo. Ficava porém mais um bocado de cada um, com o outro, que dava para saborear enquanto não chegasse de novo o momento de lucidez que marcava a hora do próximo encontro. Entretanto, víamo-nos e sentíamo-nos na ausência, persistindo em recordar a presença ausente do outro.
Ultrapassámo-nos. Deixámos que as emoções sobrepusessem a realidade...e tudo se foi diluindo numa fuga instituída. Foi um choque brutal. A realidade tudo levou com ela. Deixou-nos apeados à espera de dias e noites que trouxessem em si e só por si, a resposta para a minha partida.

Instalou-se um vazio doloroso. Recuso sentir esta ausência como uma partida.

A vida acontece quando um homem quiser e a minha vai acontecer.

Gosto...

Gosto de gente • Gosto de falar • Gosto de ouvir • Gosto de amar • Gosto de ser amado • Gosto de Radiohead e Divine Comedy • Gosto de um bom livro • Gosto de escrever • Gosto de um bom jantar • Gosto de um bom amigo • Gosto de desafios • Gosto da verdade • Gosto de justiça • Gosto da lealdade • Gosto da honestidade • Gosto do cheiro do mar • Gosto do vento na cara • Gosto de apanhar chuva • Gosto de brincar • Gosto de rir • Gosto de chorar • Gosto da vida • Gosto de mim!

domingo, junho 27

Um sonho real...

Ontem sonhei que fugia sem saber do que ou de quem. A música era quem me protegia. Só ela me fazia sentir menos só!
Deixei tudo em Angola, mesmo o meu casaco pendurado na cadeira da entrada. Para trás ficou a minha empresa, as minhas amizades e a minha vida ali. Corri em direcção ao mar, na busca da liberdade que me faltava. Ouvi uma voz longínqua, mas forte que me chamava e dizia algo que eu não entendia, mas voltei na mesma. Entretanto acordei deste sonho tão real, agora não oiço a voz me chamava. Talvez não seja suposto isso acontecer. Talvez essa voz tenha sido apenas o eco de uma chamamento superior. Agora é tempo de procurar pureza, transparência e verdade. Agora é tempo de encontrar a paz!

Já te vi...

quinta-feira, junho 24

Errar é Humano?

Ultimamente tenho pensando em muitas questões relacionadas com a esperança e a necessidade de acreditar em dias melhores, mesmo quando esses parecem estar mais distantes. Foi assim que, numa tentativa de me animar um pouco, cavei nas minhas coisas até achar um pedaço do meu passado. Meu e de outras pessoas, que por razões incontroláveis ficaram para trás.

Errar é inevitável, infelizmente, e pode ser doloroso enfrentar as consequências de um erro. Mas viver a sofrer sob a sombra das cicatrizes do passado é pior ainda. É preciso ter a humildade em admitir os erros, perdoar a si mesmo e ao outro reconhecendo a humanidade nesses actos. Esperar por uma segunda oportunidade pode demorar muito. Sendo assim, ter a iniciativa de procurar por uma segunda oportunidade é também uma forma de não entregar os pontos antes do final de uma luta. É esperança viva aos saltos dentro do coração.

De Pai para Filho TAKE 2....

NO MEIO DE TANTA ANGUSTIA E TRISTEZA, DOU GRAÇAS A ESSE DEUS QUE AINDA NÃO CONSEGUI IDENTIFICAR, PELO FACTO DE ME DAR ALGUNS MOMENTOS DE PURA ALEGRIA. NO MUNDO PERDIDO QUE OS MEUS PENSAMENTOS TÊM ANDANDO, ENCONTRO A PAZ NESTES MOMENTOS DE VERDADEIRO AMOR.