quinta-feira, julho 29

Realidade...

Não sei há quanto tempo vagueio pela cidade. Nada nem niguém me espera. É o mundo monocórdico de silêncio que trago hoje comigo. Não interessa. Começo aos poucos a despedir-me desta cidade. Estes recantos têm um cheiro conhecido. Reconheço o sentir de cada odor e o prazer que me dá sentir-me em casa. Amanhã encontro provavelmente outros recantos de que passarei a gostar também. Há que matar a passividade, a inutilidade das coisas. Na outra face do espelho vão-se definindo os contornos agudos do crepúsculo. As asas frenéticas da noite batem em debandada ao ritmo preverso do desafio final. Recolho-me na realidade do costume até esgotar a capacidade de encontrar na bruma o elixir da alma. Sinto que preparo um plano de fuga, não consigo encarar a realidade!

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