O que se pode dizer de Paris? O que dizer que ainda não foi dito por inúmeros escritores, pensadores e artistas?
Melhor assim, já não preciso dizer nada.
Viver o já dito e imaginar que um dia Paris foi original para alguém...
Viva a dispersão! Hoje a rainha da dispersão merecia ser coroada.
Mês e meio já passou, segui a rua ao reverso, o tempo escorreu tudo no percurso. A cidade convida e a dispersão aceita.
O tempo é quase líquido, escorre e infiltra tudo, depois deixa as suas marcas de inundação.
Quando queremos agarrar, o tempo é gasoso, intocável, cerca-nos mas não conseguimos apreende-lo.
O tempo é mesmo abstrato, a tentativa de o definir é mero exercício de dispersão.
Mas hoje, no suposto dia da coroação da dispersão, posso pensar no tempo e tentar agarrá-lo – mais uma vez.
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