quarta-feira, julho 7

Eu dissolvi na areia
As mágoas do meu penar
Lavei-as na lua cheia
E enxuguei-as no mar

Nas águas soltas de um rio
Lavei a minha alma cansada
E na proa de um navio
Naveguei de madrugada

Na calma do horizonte
Descansei, o meu olhar
E junto da velha fonte
Eu passei para recordar

Ao longe, a velha nora
Onde em tempos morei
E recordei o que outrora
De lágrimas eu derramei

Passei bem junto ao jardim
Que em tempos, eu plantei
Sempre à procura de mim
Da procura, eu não achei

Pensei, o tempo passou
Isso não vou mais viver
Mas a dor me acordou
Só para me fazer sofrer

E neste corpo que é meu
Eu procuro, já cansado
A criança, que cresceu
Amou, sonhou e sofreu
E se sente aprisionado.

Sem comentários:

Enviar um comentário