Os dias passam em Paris passam da mesma forma que em Lisboa, a espera da noite para me adormecer. De noite não sei sentir… e no escuro parece mais fácil chorar. Tropeço no que não consigo anestesiar e magoo-me porque teimo em não esquecer o que parece tão perfeito... As lágrimas, aquelas gotas pequeninas, de sabor único, caem no meu peito já dorido ainda a recuperar do desastre a que foi sejeito. Parece que afogam as palavras... Já não falam mais alto… já não se soltam só porque sim, nem, tão pouco, quando já se apertam para caber todas no silêncio.
Na tentativa de dormir, embrulho no meu pulmão bafos de esperança e de uma vida melhor… o coração nunca fica confortável. Ora o ar o parece expulsar e rebentar em mil pedaços, ora o abandona e o deixa só...
A alma balança nos vértices de um triângulo quase redondo… algo semelhante a um mundo com pontas soltas. Recorda os tempos em que pensar e sentir era equilíbrio possível. O meu coração pensa que sentir dói e sente que pensar sem razão é insulto à lógica de ser feliz.
Achava que as recordações eram suporte da eternidade e não a única maneira de eternizar o que sonhado era sempre presente.
Pensei em dias para libertar as palavras, dar espaço ao coração para crescer, acalmar, sorrir… e voltar. Os dias eram outros, não aconteceram… Hoje o tempo mudou(-me)… e eu sei que não terei palavras, mas medo do olhar desfocado a pedir um abraço… aquele que, para além de esperança, inventou esta saudade.
sexta-feira, julho 9
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És grande!!!
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