quinta-feira, março 31

Bzzzz...

Sozinho na sala observo as putas das moscas que sem receios vão tentando aterrar no meu corpo. São verdadeiros seres vivos, mais vivos do que eu alguma vez estive. Elas dançam, adquirem formas e o zumbido entra na minha cabeça de uma forma tão agressiva, que sinto os miolos a estalar como um vidro...

Não as vejo, apenas oiço o bater das suas asas. Apenas a televisão ilumina tudo muito debilmente, e a luz suave torna os movimentos ainda mais surreais. O ar vai-se tornando áspero e pesado, a acção é frenética.

As moscas continuam na luta, sem parar, sem parar, sem parar, tentam libertar-se do frágil corpo que insiste em prendê-las. É um frenético bater de asas que as levam do céu ao meu corpo em milésimos de segundo.

Subitamente, sinto uma mosca pousar muito delicadamente na minha perna, ganho coragem e pego no instrumento mortal que tenho mais a mão, o comando da TV. Com movimentos muito suaves preparo-me para a derradeira dose. Já não há escolha. Transpiro de ansiedade, o fim está próximo.

E Puummm!!! Já está. Oiço o pequeno tecido que a envolve a rasgar a sua alma, e as asas lisas a bater pela última vez. Por segundos fico calmo, é o fim, mas eu sei que não acaba...

Bzzzzzzzzzz.........

segunda-feira, março 28

Jane to Travis - Paris, Texas (1984)

I used to make long speeches to you after you left.
I used to talk to you all the time,
even though I was alone.
Now I don't know what to say.
It was easier when I just imagined you.
I even imagined you talking back to me.
We'd have long conversations, the two of us.
I could hear you, I could see you, even smell you.
Sometimes your voice would wake me up...
it would wake me up in the middle of the night.
Then... it slowly faded. I couldn't picture you anymore.
Everything stopped. You just... disappeared.
Now I'm working here and every man has your voice.

Half Cunha...

Hoje só me apetece dizer isto...

Caro Sporting...

Onde estas tu? Para onde foi aquele clube com raça de campeão, dentro e fora do campo. Para onde foste meu Sporting de verdadeiros guerreiros que suavam arduamente o manto sagrado que vestiam, e nos orgulhavam de estar do lado de fora, na vitoria ou na derrota. Bem sei que não passamos por um bom período a nível desportivo, mas o que mais me preocupa é a forma como estamos a perder a mística e a paixão pelo clube. É preciso unir os adeptos e trazer de novo aquela magia que navega entre a paixão, o amor e a realidade. Sim quero vitórias, alegrias, emoção, quero a continuidade mas de títulos sejam eles internacionais ou nacionais. O resultado é que conta. Conta na derrota, conta nas vitórias, nas comemorações dos títulos, na perda deles. És a minha vida. Corres no meu sangue e despertas os meus sentidos. Nasceste no meu coração ainda antes da consciência da tua existência.
Fazes-me vibrar, fazes-me tremer.
Fazes-me cantar, fazes-me sofrer.
Por isso, juro-te que agora e para sempre, na alegria e na tristeza, pelo resto de minha vida, a ti serei Fiel.

quarta-feira, março 23

SuperMoon

Eram sete da manhã, entrei em casa sem acender as luzes, pisei o chão levemente, com medo de acordar o Pedrinho, mas hoje estava só. Acendi a luz do candeeiro da entrada, gostava da luz indirecta, do jogo de sombras que despertava a minha imaginação. A minha cabeça rodava pelo efeito da bebida, fintei o apartamento até chegar ao sofá e sorri satisfeito por sentir prazer na liberdade de estar sozinho. Era a minha lua cheia, e eu carregava a ânsia de que hoje iria completar-se o último ciclo. Hoje era o dia de romper as águas num gesto de solidariedade para comigo. Começo a gostar disto, de sair à noite e provocar, de ser visto, mas sair da mesma forma como cheguei, sozinho, eternizando assim apenas os bons momentos. Tudo o que a vida me fez passar, fez de mim um ser mais superficial, perdi toda a intensidade que gostava de ter nas relações. Agora acredito que a superficialidade traz mais contentamento e menos tristeza. Tomado pela sensação entusiasmante da “fumaça” fechei os olhos e deixei-me levar pelo sono, na esperança de que esta lua me fizesse acordar renovado, ou apenas acordar. Algumas horas mais tarde, respirei fundo e abri os olhos, estava na minha sala, era tarde, luz directa, janela aberta. Saí da sofá e olhei para o espelho na esperança de ver alguma mudança. Nada... pelo menos nenhuma alteração que merecesse o meu cuidado. Acordei com a mesma cara do último dia. e agora?


segunda-feira, março 21

Elogio ao amor - M.E.C

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixonade verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão alimesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia aspessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passívelde ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia serdesmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amorcego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, sãouma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nascostas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea porsopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amorfechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor éamor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como nãopode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio,não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não sepercebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor éa nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amorque se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se podeceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Lambchop - The Take-Away Shows - I Believe In You

Efterklang - Mirador (live)

The National - Start A War (live)

sexta-feira, março 18

Lembranças...

Aquela primeira noite foi toda dedicada à lembrança de uma visão ausente e passageira. Enquanto ela talvez dormia no silêncio da almofada de alguém, eu pensava nela. Com estas e outras reflexões foi passando a noite, e já a luz da manhã penetrava o escuro da minha noite em claro. Resisti mais umas horas e o sol já ia alto quando acordei. Ela foi ainda o meu primeiro pensamento. Ao almoço pensei nela, pensei nela durante o trabalho, pensei nela a caminho de casa. Era a primeira vez que me sentia tão fortemente abalado, mas havia chegado a hora. Não podia mais cair na tentação. Nesta altura pouco mais há a fazer, sou do tipo que prefere o sentir ao pensar e nesta altura o melhor a fazer é sentir-me. Agora é altura de ficar comigo. Qualquer sombra que não seja a minha será uma assombração, qualquer respiração que não seja a própria será uma invasão. Todos os planos foram destruídos de forma natural, pois todos eles tinham, de uma maneira ou de outra, a presença dela. Resta-me acreditar que o tempo é um assassino, e que a sua finalidade é acabar com tudo e todos, dai a razão da felicidade e o tempo serem incapazes de viver em perfeita harmonia.

Será a morte um único meio de imortalizar?

Strangers...





quinta-feira, março 17

Emprego...

Hoje, no meio do meu dia solitário e pensativo, decidi folhear as páginas da secção de emprego de um jornal nacional. É incrível com aquilo que me deparei na página dos anúncios de emprego. Andam empresas por ai a pedir estagiários não remunerados com viatura própria. Que nível!
Onde é que isto vai parar? talvez um dia destes as empresas comecem a pedir dinheiro em troca do emprego. Acho que já estou a ver a coisa: Seja o nosso assistente de marketing por apenas 300 euros por mês.
Enfim...

Aqui está-se sossegado...

Aqui está-se sossegado,
Longe do mundo e da vida,
Cheio de não ter passado,
Até o futuro se olvida.
Aqui está-se sossegado.

Tinha os gestos inocentes,
Seus olhos riam no fundo.
Mas invisíveis serpentes
Faziam-a ser do mundo.
Tinha os gestos inocentes.

Aqui tudo é paz e mar.
Que longe a vista se perde
Na solidão a tornar
Em sombra o azul que é verde!
Aqui tudo é paz e mar.

Sim, poderia ter sido...
Mas vontade nem razão
O mundo têm conduzido
A prazer ou conclusão.
Sim, poderia ter sido...

Agora não esqueço e sonho.
Fecho os olhos, oiço o mar
E de ouvi-lo bem, suponho
Que veio azul a esverdear.
Agora não esqueço e sonho.

Não foi propósito, não.
Os seus gestos inocentes
Tocavam no coração
Como invisíveis serpentes.
Não foi propósito, não.

Durmo, desperto e sozinho.
Que tem sido a minha vida?
Velas de inútil moinho —
Um movimento sem lida...
Durmo, desperto e sozinho.

Nada explica nem consola.
Tudo está certo depois.
Mas a dor que nos desola,
A mágoa de um não ser dois
Nada explica nem consola.

Fernando Pessoa

quarta-feira, março 16

É hora de partir...

Verdades não ditas ou, simplesmente, escondidas. Respostas para perguntas que não foram feitas. Silêncio para comentários que me fazem pensar. Frágeis desculpas para factos tão óbvios… Assim é a rotina de quem tenta cancelar um encontro marcado há tanto tempo, o encontro com a tristeza.

Brilho...

Algo muito poderoso vai acontecer comigo. A minha cara queimada pelo sol quente desta ilha, faz transparecer algo luminoso. As pessoas olham para mim com encanto, como se eu fosse um ser poderoso que está além de mim.

Entretanto, ainda a caminho da praia, no meio da pobreza, sinto o estímulo vindo dos olhares alheios e a satisfação de ser um rosto brilhante no meio de tantos corações partidos. Eram razões suficientes para que eu pudesse esquecer os motivos pelos quais eu tinha fugido. Parei! Fiquei dois dias com aquelas gentes… Contudo, chegou o momento em que tudo aquilo já parecia monótono e sem brilho. Decidi seguir caminho. Decidi andar sozinho, afinal eu tinha uma luz infinita. Segui um caminho alternativo, até chegar a um vale de sombras no qual consegui descansar, esconder-me e fingir novamente não ser quem sou.

O dia passou acordei, já era outro dia, já não tenho apenas os pés cansados, o rosto pálido e os olhos sensíveis, mas tinha também perdido o brilho que iluminava o meu rosto...

O começo do fim...

The best of all...

Weird Fishes by Radiohead from Tobias Stretch on Vimeo.

Look Up at the Stars, Portugal! from Matthew Brown on Vimeo.

Voltar a ser criança...

De que vale agora a vida se me levaram o amor que transportava para longe da solidão? Aquele amor que enche a vida de harmonias e encantos, que acorda as vibrações e leva para longe as frustrações.

Pobre rapaz que anda cada vez mais desfalecido, cansado, ofegado. Anda apenas por ai, com os olhos fixos no alcatrão, nessa busca infinita do negro. Outras vezes fica com o olhar pávido, firme, de quem contempla e pasma ante uma visão que resiste permanecer na sua mente destruída. Para ele é o principio do fim, não existe maneira de continuar a fingir de que a vida anda carregada de alegria. Ele não é forte como os outros, ele é sensível. Sensível demais, ao ponto de deixar que essas frustrações impeçam que volte a ter o entusiasmo de quando era criança.

Ele ama demais a mulher e o filho mais novo lembra-o de como ele costuma ser, cheio de amor e alegria, que abraça toda a gente que encontra só porque a vida é bela. Mas ele perdeu essa paixão pela vida e sabe que não há retorno. Nesta altura o melhor a fazer é queimar de vez o sofrimento, em vez de o ver apagar-se aos poucos.

Diz ele aos mais queridos: “Por favor, vão em frente. A vossa vida será tão mais feliz sem mim.”

Temporary Slaraffenland from Vincent Moon / Petites Planetes on Vimeo.

Between Yellow Lines from Max Esposito on Vimeo.

Ela...

Ela, tal como as outras que são como ela, também viverá ignorada, sozinha, distraída, debruçada numa janela qualquer, aos braços de alguém que a agarre. Deixei de vez de procurá-la, repugna-me aquele carácter incompreensível. Passei horas esquecidas assim, a contemplar as monotonia de seu destino, das suas ambições impossíveis. Assim eram os nossos dias, embebidos numa pasmaceira indefinível, estranho a tudo o que se passava à nossa volta.

As contradições tornavam-na absurda e a falta de carinho algo insuportável. Custava-me vela na desolação dessa apatia, foragida do mundo, sem ter a comoção dos grandes sentimentos que nos prendem à vida, e que são o conforto nas horas do desalento.

É impossível observar mais profundamente o coração desta mulher, isolar-lhe os sentimentos e reproduzi-los numa relação normal. Ela não disfarça a sua personalidade pelo amor de ninguém. Não pensa alto, não deixa ver, não partilha ou conversa, todas as suas paixões são despertadas por desenfreados instintos, que existem igualmente em nós, mas que os moderamos.

Eu cá fico, vestido com uma cor triste e expressão dolorosa. Ela será para sempre uma criança, que chora e ri ao mesmo tempo, como sente mais do que pensa, quer mais do que pode. O amor como ela imagina, só existe nas obras de arte, fora de lá é uma falsidade, uma loucura, algo impossível. O amor pede paixão, como a natureza pede paisagem.

Nunca a vou compreender, o seu riso cheio de ironia desarmava-me. O seu génio, o seu egoísmo, não sei como chamar-lhe. Para ela a gratidão era justificação para a minha submissão. Pobre rapaz! Pobre de mim... Este será para sempre o seu desgosto intimo, que o torna solitário e agressivo, porque viveu amarrado a algo ridículo.

segunda-feira, março 14

Mais uma descoberta...

Facebook...



A Última Ceia...

É triste ter de fugir para que se possa prosseguir. É triste ter de fugir a sete pês daquilo que se quer, apenas por não ser querido. Sinceramente julgava já ter superado a fase do luto, mas afinal faltava a distância. O amor morre tal como as pessoas, mas (in)felizmente eu sou dos que não acredita na vida depois da morte.

Avie-me como noutros tempos, fiz uma pequena mochila e segui caminho. Deixei a casa num brinco. Deixei tudo preparado ao detalhe, almofadas organizadas por cores, lençóis lavados, roupa engomada, vidros limpos, tudo estava pronto para o próximo inquilino. Confiante do meu caminho, segui viagem. Não levei fotos nem nada que me fizesse perder a disciplina do caminho traçado.

Antes disso foi a despedida. Londres, pois está claro! Onde tudo começou, onde as memorias ganham voz e a boca um sorriso. Voltei apenas de passagem, foi um reencontro com o cheiro, com a chuva, mas principalmente comigo. No caminho chorei as memorias, queimei as lembranças, e enterrei a esperança. Tudo podia ter sido diferente (afirmação típica de quem sai derrotado). Parti em busca de mim, quero encontrar o meu lado mais puro.

Eram 6.30 da manhã estava a chegar a Índia. Sai do terminal 3 e fui sem pensar duas vezes a procura de uma casa de banho. A comida do avião tinha deixado o meu estômago no mesmo estado que a minha cabeça, as voltas.

Transtorno de personalidade

Agora estou contente, agora estou triste, agora estou irritado, agora estou super feliz, agora apetece-me fazer sexo, agora já não, tenho fome, tinha queria eu dizer. O que tenho é sede, mas não me apetece ir a cozinha. Não aguento mais viver assim... Esperem, afinal a vida é linda...

E o povo pá!

O povo saiu à rua. Eram milhares, tantos que talvez merecessem uma rua com mais dignidade. Eram casais com filhos ao colo, avós, mães e filhas e netas, estudantes da faculdade, precários aos milhares, pares de namorados e professores habituados ao protesto.

Ninguém esperava que uma conversa cibernauta acabasse nisto. É um exemplo gritante do poder da internet para espalhar a palavra, mas mais do que isso, isto é um claro aviso sobre o estado de espírito de uma sociedade que sente no peito um aperto de que se quer libertar. Foi algo nunca visto e quanto a mim a maior vitoria deste dia, foi o facto de estarmos, hoje em dia a discutir sobre esta temática.

O povo é quem mais ordena e mais nada. Os tugas encorajados pelas revoluções do médio oriente, decidiram dizer que estão fartos e que querem um futuro melhor. Foi bonito ver a avenida da Liberdade cheia de pessoas a pedir por ela, por essa liberdade de sair da geração enrascada.

Não venho aqui deixar uma opinião politica sobre o tema, até porque o pobre estado já não pode garantir nada, a não ser esperar pelo milagre da multiplicação dos peixes. É difícil saber o que fazer e duvido que os próximos façam melhor...

Para onde iremos nós partir daqui; qual o caminho para o povo???

quinta-feira, março 10

Testem-se...

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