Após algumas horas de sono, não consegui mais manter o descanso que o meu corpo precisa, estou acordado desde as cinco da manhã. Comecei logo por discutir com o meu segurança que, aproveita as horas em que eu costumo estar a dormir, para negociar com os meus vizinhos as frutas que tenho no quintal. Eu já suspeitava, mas hoje apanhei-o em flagrante delito. Coitado, ficou aflito, sem saber o que fazer. Eu no fundo sei que ele faz isso sem maldade, apenas quer ganhar mais uns trocos para sustentar os doze filhos. Vejam bem, ele ganha 100 dólares por mês, tem doze filhos e três mulheres que vivem todos na mesma casa. Só me irritei com ele porque fez isso nas minhas costas, sem me pedir autorização, e aqui se lhes damos um dedo levam o corpo todo. Ajudo-o muito, a ele e a todos os que vivem ao meu redor.
Às vezes dou por mim a pensar que a minha vida é um verdadeiro Rollercoast. Ainda ontem estava em Londres agora estou no Lubango, em Angola. Ainda à procura da plena felicidade e por isso não faço como a maioria que usa a mascara da felicidade para esconder a angustia de ainda não o ser. A maioria acaba por morrer achar que está feliz e só dois segundos antes é que percebe que não o foi. É pena que nessa altura já não de para mudar grande coisa. Hoje um concorrente meu aqui na zona disse que o meu trabalho era interessante. Bem sei que como concorrente não podia dizer que adora, mas interessante. Eu também acho o Bin Laden um personagem interessante no entanto não gosto dele. Tenho a certeza que ele não gosta de mim e acha que lhe vim roubar os poucos clientes que ele tinha, mas ao menos podia ser sincero. Prefiro quando assim é. Mas percebo, ele foi educado a não ser rude para ninguém. Ele é aquele típico gajo que me faz lembrar aquele anuncio de cereais em que o actor está sempre a rir, mesmo quando a caixa está vazia. Eu cá gosto dele. Não lhe vim roubar os clientes como ele pensa, pelo contrario, o que mais quero de um pessoa que tem uma gráfica e dar-me bem com ele. Ele vai perceber isso a seu tempo.
Força Angola!
quinta-feira, julho 9
segunda-feira, julho 6
Desilusão
Falaram-me dum céu azul
azul como o mar
vejo-o negro cheio de fumaça
e sem vontade de amar.
falaram-me de uma terra verde
verde e cheia de vida
vejo-a porém enegrecida
e sua folhas de partida
falaram-me de um ar puro
puro e por vezes mágico
cheiro porém a tristeza
de um coração contaminado
falaram-me de música clássica
e do doce timbre do amor
oiço porém rugidos
de raiva e rancor.
azul como o mar
vejo-o negro cheio de fumaça
e sem vontade de amar.
falaram-me de uma terra verde
verde e cheia de vida
vejo-a porém enegrecida
e sua folhas de partida
falaram-me de um ar puro
puro e por vezes mágico
cheiro porém a tristeza
de um coração contaminado
falaram-me de música clássica
e do doce timbre do amor
oiço porém rugidos
de raiva e rancor.
Que se foda o blog!
Não sei porque? Não por que razão perco o meu tempo a escrever para ninguém. Podia escrever coisas mais interessantes e ser mais bem tratado por isso. Perco o meu tempo a escrever porque não tenho ninguém com quem partilhar as minhas coisas, boas ou más. Achei que este blog me ia fazer sentir acompanhado e satisfazer esta minha carência, mas no entanto sinto que só serve para receber criticas. Sei que é um sinal triste de solidão quando não se tem outro motivo qualquer para escrever que não sobre mim próprio, mas é muito mais agradável quando alguém comenta, favoravelmente ou não. Assim pelo menos o meu objectivo é satisfeito; alguém perdeu tempo para comigo. Querida amiga que tanto me criticas, será que não percebes que escrever dá-me a impressão de que estou acompanhado. É um sinal que estou hábil para me expressar sobre o mundo que me rodeia....
que se foda o blog! é que esta merda de ter amigos e querer agradar toda a gente não dá, um gajo acaba sempre por desiludir alguém. por essa razão é que existem grupos de amigos, não dá para ser amigo de muita gente!
e isso e amizades entre homens e mulheres. quando elas estão tristes porque o homem lhe pôs os palitos, estamos sempre dispostos a ouvi-las com a maior paciência do mundo, sempre à espera que ela nos salte em cima. Mas se ela nos vem dizer que está novamente apaixonada por outro homem, nós dizemos: - "olha lá, tu tem cuidado com quem é que te metes, olha que esse gajo é um cabrão".
e depois querem que um gajo tenha muitos amigos...
que se foda o blog! é que esta merda de ter amigos e querer agradar toda a gente não dá, um gajo acaba sempre por desiludir alguém. por essa razão é que existem grupos de amigos, não dá para ser amigo de muita gente!
e isso e amizades entre homens e mulheres. quando elas estão tristes porque o homem lhe pôs os palitos, estamos sempre dispostos a ouvi-las com a maior paciência do mundo, sempre à espera que ela nos salte em cima. Mas se ela nos vem dizer que está novamente apaixonada por outro homem, nós dizemos: - "olha lá, tu tem cuidado com quem é que te metes, olha que esse gajo é um cabrão".
e depois querem que um gajo tenha muitos amigos...
sábado, julho 4
Expressões
As pessoas aqui têm muito mais expressão do que em qualquer outra parte do mundo por onde passei. Talvez porque aqui existam muitas etnias diferentes. É estranho ver tanta expressão num sitio onde só a tristeza parecia reinar antes de cá chegar. Hoje deixo duas expressões: a do meu segurança e da minha empregada.
terça-feira, junho 30
A filha do Zé Du diz:
A filha do chefe comemora mas antes suspira e diz: Caros Compatriotas, é com grande alegria que recebi a notícia da vitória do partido do meu pai JES. Na verdade, antes das eleições, passamos noites difícil porque não sabiamos qual seria o desfecho, porque o que está é jogo é muita coisa. a TPA2,a UNITEL, a MACON, o BNI, a Cimangola, a sociedade do velho com a Odebrech, o recém privatizado terminal aéreo de carga a meu favor mas, graças a esse povo que obedece as ordens do meu pai e vota no partido dele. Doravante, irei trabalhar a dobrar, vamos pilhar e privatizar mais empresas públicas a favor da minha família, a TAAG está na mira será do meu Tio como já é um dos administradores não haverá muito que explicar o porquê. Terá de ser assim porque não sei o que nos reserva as proximas eleições. Aqueles senhores da VODACOM e da CELTEL e outras operadoras de telefonia móvel que queriam vir cá instalar as suas empresas para vender cartão de recarga a $ 2 dólares e $5 dólares, enganaram-se. Enquanto o meu pai for rei neste país, não haverá outra empresa para além das duas (UNITEL e MoVICEL) a não ser que aceitem sociedade connosco mas, não vamos entrar com dinheiro; só lhe iremos dar autorização mas, teremos de ganhar por isso. Alias, para aumentar a produção em todos nossos investimentos, vou mandar vir mais os meus cunhados portugueses pelo menos 500.000 porque o Angolano é preguiçoso e alguns gostam de contar à imprensa privada o que tenho feito; a estes, não darei confiança e, se nas próximas eleições o pai não for obedecido pelo povo, estaremos em condições de ir à terra do meu esposo (Portugal) e viver lá até a morte porque o kumbo para viver, teremos mais que suficiente porque se cá continuarmos, os Angolanos invejosos me irão receber tudo que consegui enquanto o meu pai foi um REI temido por todos inclusive por aqueles que pensam que fundaram o MPLA. Muito obrigado povo angolano.
Pensamento da noite
As mulheres são maravilhosamente incompreensíveis. No dia em que alguém compreender uma alma feminina, desconfie do seu sexo...
Horácio de Mente
"Horácio fez questão de quebrar a sua rotina. queria libertar a criança que se esconde dentro de si. Horácio aprendeu a fazer das suas quedas e das suas falhas uma oportunidade para crescer. resolveu de encarar a vida de peito feito. A solidão que sente porque o mundo o abandonou sempre foi suportável, só não seria caso ele se abandonasse a ele próprio. Horácio amava o desafio, estava cansado de exigir demais de si próprio e, a sua constante mania do perfeccionismo roubava-lhe o encanto real da vida e enchia-o de ansiedade. Horácio sabia que tinha de mudar, sentia que o momento estava perto. Estava na altura de fazer escolhas... ele escolheu viver... "
terça-feira, junho 23
Não me apetece escrever....
Aqui, no fim do mundo, onde tudo ainda está a começar, onde o mato ainda é estrada e a chuva água potável. Aqui estou eu no Lubango, cidade do conhecimento, a Coimbra de Angola, onde as folhas ainda são roupa. Eu tentei... mas não me apetece mesmo. Adeus...
sábado, junho 13
O meu manjerico.
Oh Santo António, padroeiro do casamento
quando é que me dás a tua benção
e me tiras deste julgamento.
Não há dia sem sofrimento
sem dor e sem saudade
Mas porque tanto abatimento
eu só quero um amor de verdade.
Oh Santo António milagreiro
santo da minha cidade
manda um mensageiro
ao meu amor da eternidade.
Diz-lhe que estou refém
e no meio de uma tempestade
ela que espere por mim...
eu sou o seu amor, tem piedade.
quando é que me dás a tua benção
e me tiras deste julgamento.
Não há dia sem sofrimento
sem dor e sem saudade
Mas porque tanto abatimento
eu só quero um amor de verdade.
Oh Santo António milagreiro
santo da minha cidade
manda um mensageiro
ao meu amor da eternidade.
Diz-lhe que estou refém
e no meio de uma tempestade
ela que espere por mim...
eu sou o seu amor, tem piedade.
sexta-feira, junho 12
Mentira!
Desculpe quem me segue. mas estou a recuperar de uma sensação muito pouco saudável. É interior mas transmite-se para o exterior. É mais ou menos como um orgasmo. África deu cabo da minha vida. Vou estar em silêncio por uns tempo. tenho de ir arranjar o telhado de casa. o vento levou-me a pedra que segurava a minha vida. mas sei que alguém a vai agarrar. é uma pedra preciosa. boa sorte a quem a encontrar...
domingo, junho 7
Se estou bem?!
Hoje recebi um email de um bom amigo, estava preocupado comigo. O Hélder, o João Moutinho da publicidade Portuguesa, um dos que não entrou na minha vida por acaso. O Hélder foi alguém com quem me cruzei durante o meu trajecto profissional e que deixou marcas na minha maneira de olhar o mundo. Perguntava-me se eu estava bem? Achava que o blog transparecia a minha tristeza interior, a minha dor, os meus medos. Talvez seja verdade, mas quem não os tem?! Eu, como todos os humanos, vivo vários emoções ao longo do dia, umas de alegria outras com mais tristeza. O facto de eu estar longe de todos os que me querem bem, faz com que eu não consegui exprimir tão frequentemente as minhas emoções ou desabafos. A solidão, a distância e a saudade, trazem-me pensamentos, recordações e historias que, se não partilhadas com alguém, são demasiado aprofundadas e por isso trazem emoções. E claro, as emoções interferem com os meus pensamentos e posso por isso fazer algo que não foi bem pensado. Escrevo apenas o meu lado negro, mas prometo que a coisa está controlada.
São negros, porque de brancos está o mundo cheio!
Força Angola!
São negros, porque de brancos está o mundo cheio!
Força Angola!
sábado, junho 6
Saudades!!!
Sei que não tenho sido um exemplo de bom Pai. Talvez um dia vos fale disso aqui neste blog. Hoje só quero dizer que tenho saudades. Saudades dos dois. São os dois lindos como as mães, Inteligentes como o Pai. O Francisco é bonito, bem constituído e forte. Acho que ainda é cedo para perceber toda a sua personalidade, mas nota-se que vai ser alguém com bastante carisma, um líder. Não é corajoso e audaz, mas em contrapartida é meticuloso em tudo o que faz. É muito sociável, desde novo que foi sempre habituado a estar com muita gente. Talvez por isso se note a sua força em querer ser independente de tudo e todos. Quer fazer tudo sozinho, tem uma liberdade de pensamento grande e é sem duvida muito prático.
O Pedro é perfeito. As suas formas e detalhes são de um quadro pintado à mão. é amável e bondoso, simpático para toda a gente. Tem o seu génio Cunha, aliás têm os dois. Mas nota-se que é puro e sensível para com os outros. Tem um olhar doce, tão doce que às vezes é difícil impor respeito sobre ele. quando quer uma coisa é forte e determinado, o que demonstra para já uma enorme capacidade de querer.
São estes os meus primeiros dois filhos. Distantes de mim, mas presentes em mim. Espero que um dia me compreendam e que leiam tudo o que tenho escrito por vocês. Espero que os dois tenham a coragem de falar sempre com os pais nas alturas difíceis.
O Pai vai continuar lutar por vocês!
Saudades...
quarta-feira, junho 3
Ya! A crise chegou!
Mas o que é que os senhores dos anéis estavam à espera. Eu já tinha avisado, mas eles não sabem aceder ao meu blog. Eu pouco percebo de economia, ou dessas ciências matemáticas que os ministros das finanças usam para fazer os orçamentos. Eu cá, dentro da minha simples opinião, vejo a coisa de uma forma muito mais elementar. Ora bem, se para as receitas deste pais depende em muito o preço do petróleo, teremos de estar em constante atenção ao preço do barril. Pois é, em Julho do ano passado o petróleo estava a 140 dólares o barril. Ah claro! Loucura total! Vamos investir!!! Mas como eles (os senhores dos anéis) sabem muito, fizeram o orçamento de estado a contar que o barril estivesse cotado a 50 dólares, coisa que aconteceu durante pouco tempo. Resumindo, organizam as contas do pais para gastar x, mas depois acontece que o preço do petróleo fica abaixo do valor orçamentado e nunca chega a x.
Com isto, as receitas do estado caem e ai começa os problemas para o resto da sociedade. É como uma bola de neve. O estado manda fazer obras, trabalhos, ou seja lá o que for. Para isso contracta empresas que contratam empregados ou sub- contratam outras empresas para fazer esses trabalhos. Para alem disso as empresas podem planear o seu futuro consoante o dinheiro dos trabalhos que estão a realizar. Parece um processo normal, a mim pelo menos. Mas se o estado não tem o dinheiro para pagar os trabalhos que pediu, as empresas não recebem e pró consequência, não podem pagar aos trabalhadores ou empresas subcontratadas. Então a coisa chega a uma altura que para, estagna ou paralisa. Aqui no Lubango sente-se muito, imagino em Luanda. Aqui já há empresas a despedir pessoal e a ameaçar o governo que param as obras. Não sei o que vai acontecer, a coisa está preta. Aqui na Africad temos 6 facturas em atraso por receber, ordenados e contas por pagar.
O meu sócio olha para isto tudo com um ar de tranquilidade. Talvez ele tenha razão.
Vamos esperar para ver...
Força Angola
Com isto, as receitas do estado caem e ai começa os problemas para o resto da sociedade. É como uma bola de neve. O estado manda fazer obras, trabalhos, ou seja lá o que for. Para isso contracta empresas que contratam empregados ou sub- contratam outras empresas para fazer esses trabalhos. Para alem disso as empresas podem planear o seu futuro consoante o dinheiro dos trabalhos que estão a realizar. Parece um processo normal, a mim pelo menos. Mas se o estado não tem o dinheiro para pagar os trabalhos que pediu, as empresas não recebem e pró consequência, não podem pagar aos trabalhadores ou empresas subcontratadas. Então a coisa chega a uma altura que para, estagna ou paralisa. Aqui no Lubango sente-se muito, imagino em Luanda. Aqui já há empresas a despedir pessoal e a ameaçar o governo que param as obras. Não sei o que vai acontecer, a coisa está preta. Aqui na Africad temos 6 facturas em atraso por receber, ordenados e contas por pagar.
O meu sócio olha para isto tudo com um ar de tranquilidade. Talvez ele tenha razão.
Vamos esperar para ver...
Força Angola
terça-feira, junho 2
quinta-feira, maio 28
It’s a beautiful day!
Hoje o Lubango está lindo. Sai da garagem e fui na direcção do sol. É para sul, a caminho sei lá de onde. Hoje estou naqueles dias que me apetece fugir. Ainda bem que eu não tenho muito dinheiro, acho que já estaria longe. Hoje só penso em ir e não voltar. Sigo com o carro em direcção das colinas que envolvem a cidade. Abro as janelas para sentir a brisa fresca que faz levantar as folhas caídas no chão.
Não sei para onde me encaminho, mas este sol dá vontade de furar o deserto do Namibe e aterrar numa das praias desertas que banham a costa de Moçamedes. No rádio do carro toca “New radicals – Maybe you´ve been brainwhashed too”, que clássico. Marcou a minha juventude e marca agora a minha... sei lá.. não sei mesmo em que fase da vida estou. Admito que o dia está lindo mas eu estou todo trocadinho por dentro. Tenho de ser capaz de superar facilmente de um estado lastimável, ainda que com uma energia reforçada. Parei o carro no Parque de Nossa Senhora do Monte, entrei e subi até ao ponto mais alto. Solto a cabeça e o pescoço e respiro fundo, tanto quanto consigo. Tento relaxar e ir ao encontro de todos os sentimentos, sei que o melhor é aceita-los e passar por cima. Se eu não ceder aos meus sentimentos e aceitar a razão de ser das coisas, posso acabar por dar um passo desnecessário.
Já sei que vou ficar solteiro e isso estava a pesar a minha na minha mente. Acho que não há mal...
Não sei para onde me encaminho, mas este sol dá vontade de furar o deserto do Namibe e aterrar numa das praias desertas que banham a costa de Moçamedes. No rádio do carro toca “New radicals – Maybe you´ve been brainwhashed too”, que clássico. Marcou a minha juventude e marca agora a minha... sei lá.. não sei mesmo em que fase da vida estou. Admito que o dia está lindo mas eu estou todo trocadinho por dentro. Tenho de ser capaz de superar facilmente de um estado lastimável, ainda que com uma energia reforçada. Parei o carro no Parque de Nossa Senhora do Monte, entrei e subi até ao ponto mais alto. Solto a cabeça e o pescoço e respiro fundo, tanto quanto consigo. Tento relaxar e ir ao encontro de todos os sentimentos, sei que o melhor é aceita-los e passar por cima. Se eu não ceder aos meus sentimentos e aceitar a razão de ser das coisas, posso acabar por dar um passo desnecessário.
Já sei que vou ficar solteiro e isso estava a pesar a minha na minha mente. Acho que não há mal...
Acabou-se
Vivi 29 anos tendo na memoria uma vida inteira para ser feliz e realizar os meus sonhos. Nunca passou da minha cada vez mais curta memoria e acabei sempre por voltar para aquele puto com carências afectivas e mania da perseguição. Não existe quem me possa ajudar. Só eu mesmo... Mas a partir de hoje acabou-se! Face a todos os desastres pessoais, miséria afectiva, agressivas discussões sem sentido e repulsivas chapadas dos amigos. É tempo de acabar!
Não me vou preocupar mais, sei que não posso exigir carinho e afecto de ninguém. Não digo que não sofro, pois estaria a mentir. De qualquer maneira um obrigado aos poucos que me vão apoiando e dando algum carinho necessário para fazer as minhas pernas andarem. Obrigado aos que deixam algum lugar nas vossas vidas para colocar a minha pessoa, renunciando a tantas coisas que podiam ter saboreado. Obrigado aos que vieram comigo nesta aventura mesmo sem saber se ia ter retorno.
Obrigado do coração.
Não me vou preocupar mais, sei que não posso exigir carinho e afecto de ninguém. Não digo que não sofro, pois estaria a mentir. De qualquer maneira um obrigado aos poucos que me vão apoiando e dando algum carinho necessário para fazer as minhas pernas andarem. Obrigado aos que deixam algum lugar nas vossas vidas para colocar a minha pessoa, renunciando a tantas coisas que podiam ter saboreado. Obrigado aos que vieram comigo nesta aventura mesmo sem saber se ia ter retorno.
Obrigado do coração.
Back into the wild
Estou de volta ao Lubango. Estive em Portugal, mais tempo do que seria desejado para a empresa e por isso estou cheio de trabalho. Em Portugal descobri que apesar dos poucos comentários que vou tendo no blog, sou lido e compreendido por uns, mas criticado pela maioria. Sim, eu sei, tenho de ter cuidado pois o blog é uma porta aberta ao mundo, mas que eu saiba, a porta só abre a quem lá entrar. Eu fico feliz! Acredito que a opinião publica é um direito de todos, talvez dai se possa perceber o porque das novelas terem tanto sucesso. Somos por natureza um ser demasiado critico sobre a vida do próximo. São de elogiar, mais raros os casos de pessoas que conseguem ver sempre um lado bom nas pessoas. Normalmente, só queremos ajudar se o ajudado estiver a baixo de nós. Ajudamos pobres, velhinhos, deficientes, mas criticamos o vizinho que tem um carro igual ao nosso. E porque? Será que há explicação...
Mas descansem, vou continuar a preencher o meu blog com os desabafos negros que inundam, muitas vezes, a minha cabeça.
Mas descansem, vou continuar a preencher o meu blog com os desabafos negros que inundam, muitas vezes, a minha cabeça.
quarta-feira, abril 8
domingo, abril 5
Sou fã da solidão. Talvez seja o principio da minha demência...
Quem nunca experimentou, não sabe o que perde. Solidão é o lugar onde me encontro a mim mesmo e me observo. Numa sociedade tão confusa, a solidão pode ser um oásis e não um deserto. Solidão é contemplação, observação. É inspiração, conhecimento. Existem pensamentos, sorrisos e encontros que só acontecem quando estamos a sós. Existem revelações, ideias e lembranças que só podem vir à tona quando estamos sozinhos. Existe uma pessoa que só conhecemos se conseguimos ficar sós: nós mesmos!
“Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão.” (Mauro Santayama)
“É a solidão que inspira os poetas, cria os artistas e anima o génio.” (Henri Lacordaire)
“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.” (Fernando Pessoa)
“Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão.” (Mauro Santayama)
“É a solidão que inspira os poetas, cria os artistas e anima o génio.” (Henri Lacordaire)
“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.” (Fernando Pessoa)
Quero fugir para longe!!!
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sábado, abril 4
Desabafo 2...
Estou triste! Não com Angola, com essa estou feliz, contente e surpreendido. Estou triste com a ideia que algumas pessoa têm sobre o amor. Hoje mesmo, uma das pessoas que mais me conhece disse-me que eu tenho de ter paciência, pois a maioria das pessoa não vê o amor como eu. Mas porque raio tenho eu de ver o amor de maneira diferente. Sinto que na realidade nunca fui amado, fui apenas sentido. É triste quando se sente que amamos sem ser amados. Para quem ama sofre com isso, para quem não ama é fácil, pois é dura e implacável. Sinto que na minha vida, com trabalho e coragem posso conseguir tudo o que quero, mas não obrigar que me amem, porque nenhum amor depende da minha vontade. Porque hei-de eu mostrar amor a quem não me ama e me rebaixa. Tenho pena de não ser como a maioria, está provado e cada vez mais certo, que a única maneira de se ser amado por quem não nos ama é parecer que se não ama. Mas porque fingir um sentimento oposto? Eu não consigo... e por isso fico triste, rebaixado e acanhado. Ai Deus, meus Deus, quem és tu? Eu também não sei quem eu sou, mas devias ter dado um manual de instruções para podermos transformar a nossa vida num espectáculo único.
Ao contrario do que sinto no amor, sinto uma alegria inexplicável por conseguir fazer ver o belo naqueles que sofrem. Que se lixe os negócios e os ordenados chorudos que se ganha aqui em Angola, aquilo que mais me encanta é o poder apoiar e encorajar aqueles que sofrem. Eles não são miseráveis nem passíveis de pena, esse é o nosso erro. O que eles precisam é de igualdade e de ser compreendidos. Tenho encontrado inúmeras pessoa com um potencial inestimável no meio das suas lágrimas de tristeza. As pessoa mais deprimidas são as que tenho descoberto ser as mais sensíveis. São tão sensíveis que se entregam com um simples sorriso. Estou cansado de procurar amor onde não há sensibilidade para ser amado. O amor para a maioria das pessoas é físico e pouco sentimental. Isso irrita-me, por estranho que a muitos vos possa parecer. Eu gosto do amor sentimental, do amor em que nos sentimos completos por dentro mesmo que longe e ausentes por fora. No entanto, tenho que admitir que me sinto como um bem material. Fui consumido enquanto novidade e agora que já conhecem todos os meus recantos desejam mais e mais. Eu sou raro, muito raro, a maioria muda de amor sem disso se aperceber. O tempo não perdoa, mexe no nosso amor e na nossa vida. Apaga os bons momentos do dia-a-dia destruindo os nossos sonhos e encantos. Eu triste por não amar com se ama hoje em dia. Sofro mais... Gostava de ter um amor que fosse construído pouco a pouco, tornando-se cada vez mais sólido e quase impossível de ser abalado. Porque é que o amor de hoje em dia vai morrendo à medida que o tempo passa? Onde estão aqueles velhinhos que morrem juntos de mão dada? Sei que é estranho, talvez até meio estúpido, mas eu quero ser feliz e amado. Ter a sensibilidade de dizer que preciso de alguém, reconhecer os nossos erros em conjunto, ter habilidade para chorar juntos e recomeçar quantas vezes for preciso só porque amo, só porque sonho... só porque te quero...
Neste momento o meu coração está preenchido, mas não está completo. Tenho medo de morrer e não sentir amor... será que morrerei feliz apesar de todo o dinheiro que aqui juntei...
Vale a pena pensar... ou não...
Força Angola
Amo-te princesa da Jordânia
Ao contrario do que sinto no amor, sinto uma alegria inexplicável por conseguir fazer ver o belo naqueles que sofrem. Que se lixe os negócios e os ordenados chorudos que se ganha aqui em Angola, aquilo que mais me encanta é o poder apoiar e encorajar aqueles que sofrem. Eles não são miseráveis nem passíveis de pena, esse é o nosso erro. O que eles precisam é de igualdade e de ser compreendidos. Tenho encontrado inúmeras pessoa com um potencial inestimável no meio das suas lágrimas de tristeza. As pessoa mais deprimidas são as que tenho descoberto ser as mais sensíveis. São tão sensíveis que se entregam com um simples sorriso. Estou cansado de procurar amor onde não há sensibilidade para ser amado. O amor para a maioria das pessoas é físico e pouco sentimental. Isso irrita-me, por estranho que a muitos vos possa parecer. Eu gosto do amor sentimental, do amor em que nos sentimos completos por dentro mesmo que longe e ausentes por fora. No entanto, tenho que admitir que me sinto como um bem material. Fui consumido enquanto novidade e agora que já conhecem todos os meus recantos desejam mais e mais. Eu sou raro, muito raro, a maioria muda de amor sem disso se aperceber. O tempo não perdoa, mexe no nosso amor e na nossa vida. Apaga os bons momentos do dia-a-dia destruindo os nossos sonhos e encantos. Eu triste por não amar com se ama hoje em dia. Sofro mais... Gostava de ter um amor que fosse construído pouco a pouco, tornando-se cada vez mais sólido e quase impossível de ser abalado. Porque é que o amor de hoje em dia vai morrendo à medida que o tempo passa? Onde estão aqueles velhinhos que morrem juntos de mão dada? Sei que é estranho, talvez até meio estúpido, mas eu quero ser feliz e amado. Ter a sensibilidade de dizer que preciso de alguém, reconhecer os nossos erros em conjunto, ter habilidade para chorar juntos e recomeçar quantas vezes for preciso só porque amo, só porque sonho... só porque te quero...
Neste momento o meu coração está preenchido, mas não está completo. Tenho medo de morrer e não sentir amor... será que morrerei feliz apesar de todo o dinheiro que aqui juntei...
Vale a pena pensar... ou não...
Força Angola
Amo-te princesa da Jordânia
quarta-feira, abril 1
Feliz dia da verdade!!!
De todos os dias do ano festivos, este é um dos dias que menos gosto (o primeiro é o carnaval). É neste dia que podemos brincar com coisas serias, que noutro dia do ano iam ter outras interpretações. Aliás, o que para uma pessoa pode ser uma revoltante mentira, para outra pode ser recebido como uma grande verdade. Mas pronto, não quero voltar a falar da final taça da liga. O que eu gosto neste dia é o facto de se brincar com coisas que se na realidade fossem verdade, seriam preocupações, tristezas ou más noticias na vida de alguém. Mas pensando bem na sociedade em que vivemos, onde cada vez mais os valores, a ética e o amor são postos de lado, talvez fosse mais interessante haver o dia da verdade. Imagem lá um dia onde todas as pessoa diziam as verdades que durante o ano guardaram no seu mais intimo. É isso! A partir de hoje o meu blog vai comemorar o dia 1 de Abril como o dia da verdade! Um dia na vida dos humanos onde só podemos falar a verdade. Hummm... se calhar não é boa ideia... talvez este dia não passe de mais um post do meu triste blog. Como seriam os telejornais? Como seriam as relações que vivem na mentira? como seria com a religião? Como seria eu? Como serias tu? como seriamos nós?...
Até já mentirosos
Até já mentirosos
terça-feira, março 31
O meu prazo de validade está a chegar ao fim...
Pois é, os meus primeiros três meses como "turista" em terras angolanas estão a chegar ao fim. Dia 13 já ai estou. Já não me renovam mais o visto, sou agora obrigado a sair para depois poder voltar a entrar. Já tenho a papelada toda para pedir o visto de trabalho, vamos lá ver quanto tempo demora. Durante estes três meses não conheci muita gente, acho que é negativo ter pressa em querer fazer apresentações e visitas forçadas. Quando cá cheguei pensava que iam ser três meses demasiado longos, que ia sofrer bastante e que as coisas iam ser muito difíceis. Mas tudo aconteceu da maneira inversa; os três meses passaram a voar, gosto da cidade, das pessoas, dos cheiros, dos sítios e paisagens. Em resumo, acho que sou um ser de fácil adaptação a qualquer que seja a situação. Hoje em dia já tenho a minha rotina, os meus sítios, os meus spots e alguns amigos. É uma cidade pacata com gente simples e honesta. Tenho vontade de ir a Lisboa, rever os que mais amo e matar saudades. Mas admito que vou com vontade de voltar e continuar esta aventura. As coisas vão bem, os clientes também, mas sobretudo: esta já é a minha cidade. Sei que por pouco tempo, ou pelo tempo que o tempo me deixar. Mas enquanto me deixar...
Força Angola!
Lov u Lubango!
Força Angola!
Lov u Lubango!
quinta-feira, março 26
Actualização geral!
Hoje dei por mim a ler o meu blog. Bom, isso não quer dizer que eu tenha tido tempo para isso, mas sabe bem de vez em quando desligar um pouco do trabalho e entrar ondas da internet para ver o que se passa no mundo. No Jornal a Bola, vejo que o Sporting está frustrado por ter perdido a taça da liga com aquela peitaça do Pedro Silva. Bom, posso dizer que fiquei triste porque acho que o Sporting está a falar de uma forma exagerada. Para mim aquilo foi mão nítida. Só um gajo que não tenha problemas de visão, é que pode dizer que a bola bate no peito. Mas adiante, quem é esse senhor provedor da justiça que tanto tem dado polémica ai nessa terra? Porque tanta dificuldade na sua escolha?! Será que o é o provedor da justiça que vai começar a nomear os árbitros?!
O meu site está no ar. Apesar de não ser o primeiro cliente, é o primeiro que factura mais de 100 milhões de dólares por ano. O rei da construção do sul de Angola. www.omatapalo.com. Gosto muito da assinatura e novo conceito que demos à marca. Depois ponho online no site da Africad.
Mas terminando a conversa de trabalho, porque não é esse o objectivo deste blog, gostava de deixar uma serie de fotos que fui arquivando sobre Angola e, na sua maioria, da minha zona: Huila, Lubango!
Força Angola!



O meu site está no ar. Apesar de não ser o primeiro cliente, é o primeiro que factura mais de 100 milhões de dólares por ano. O rei da construção do sul de Angola. www.omatapalo.com. Gosto muito da assinatura e novo conceito que demos à marca. Depois ponho online no site da Africad.
Mas terminando a conversa de trabalho, porque não é esse o objectivo deste blog, gostava de deixar uma serie de fotos que fui arquivando sobre Angola e, na sua maioria, da minha zona: Huila, Lubango!
Força Angola!



terça-feira, março 24
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- Ok, eu já percebi! Um relógio de ouro, para veres a merda das horas a passar e tentares perceber a quantas andas neste mundo, não é caro se custar 5000 USD. Mas se eu te pedir aproximadamente o mesmo valor, por uma assinatura de marca que me fez fritar os miolos de tanto pensar nas palavras certas, para fazer da tua marca a melhor e mais rentável do mundo, ai já é caro!
(Ouve-se alguém suspirar muto alto)
Olha lá, e se fosses dar beijinhos à parte maior do teu corpo. Mas tu julgas que eu meto a informação na merda do computador e a máquina gera tudo sozinha?! Olha lá meu amigo... tu olha bem para mim! Mas olha mesmo! Estás a olhar?! Então ouve bem?!
(Ouve-se uma pistola a carregar antes do tiro fatal)
UoooU!!! Espera lá! Eu esqueci-me de uma coisa... É obvio que nesse valor está uma percentagem para que o senhor possa fazer o que bem entender. Sei lá... comprar computadores novos para a empresa, ou até se quiser, dar a entrada para um relógio de ouro para nunca estarmos perdidos no tempo.
- Ok combinado! – Diz o cliente.
fim
Força Angola!
(Ouve-se alguém suspirar muto alto)
Olha lá, e se fosses dar beijinhos à parte maior do teu corpo. Mas tu julgas que eu meto a informação na merda do computador e a máquina gera tudo sozinha?! Olha lá meu amigo... tu olha bem para mim! Mas olha mesmo! Estás a olhar?! Então ouve bem?!
(Ouve-se uma pistola a carregar antes do tiro fatal)
UoooU!!! Espera lá! Eu esqueci-me de uma coisa... É obvio que nesse valor está uma percentagem para que o senhor possa fazer o que bem entender. Sei lá... comprar computadores novos para a empresa, ou até se quiser, dar a entrada para um relógio de ouro para nunca estarmos perdidos no tempo.
- Ok combinado! – Diz o cliente.
fim
Força Angola!
A vida é como um Puzzle!!!

Tal como todas as outras pessoas no mundo se acham, eu sou um ser simples que vive em busca da felicidade. Seja pobre ou rico, giro ou feio, empregado ou desempregado, de boas famílias ou não, com curso ou sem, eu e todas as pessoas no mundo vivem à procura do mesmo: da merda da felicidade!
A maioria vive sempre achar que já a encontrou, mas na realidade quase todos morrem sem saber o que isso é. Aqui em Angola tenho pensado bastante sobre a felicidade e o seu significado. Tenho visto muita gente por aqui que é feliz somente porque não perde tempo à procura. Acho que deve ser um problema das pessoa que vivem em meios mais urbanos, que passam a maior parte da vida à espera que a coisas, matérias ou não, nos dêem alegrias. Talvez seja mais fácil sermos nós a dar alegria às coisas e ver o lado bom de todas elas. Isto no fundo é mais ou menos como um puzzle; passamos a vida a tentar juntar as peças todas para que a imagem nos faça sentido. Mas para ser feliz, não é obrigatório que a imagem seja exactamente igual a que vinha na caixa. Existem pessoa que ainda não perceberam que o que dá beleza à nossa vida não é um puzzle completo, mas sim o brilho que damos a cada peça.
Bem, isto já está a ficar demasiado espiritual. O melhor é acabar por aqui antes que isto me comece a bater...
Uffa... onde é que eu já ia...
segunda-feira, março 23
Viagem até Luanda de carro
São mais ou menos 1100 Km que separam o Lubango de Luanda. 1100 km de montes, vales, praias, animais, ruínas e muita natureza. A viagem tinha um propósito, a vinda de sua santidade o Papa a Luanda. O Lubango organizou uma comitiva grande; eram 5 camionetas e alguns 30 carros. Eu ia no do meu amigo e sócio Vigilio Tyova juntamente com o Bispo do Lubango e a Directora Regional da Cultura. Durante a viagem falamos inevitavelmente sobre a vinda do Papa a Angola. Vive-se um clima de muita euforia e esperança, mas com alguns contra censos. A cidade ficou mais bonita para receber tão nobre personalidade, mas tal como nas campanhas politicas, só foi melhorada nas zonas onde irá passar a sua santidade. A conversa começou por ai, eu disse ao Bispo que se o Papa visitasse Angola de mês a mês que o pais já estava reconstruído há muito tempo. Ele sorriu mas não riu, mas eu consegui perceber a mensagem. Como a viagem ia durar 20h de carro achei por bem ficar calado, não queria gerar algum clima de tensão numa comitiva que ia cheia de fé e esperança.
A viagem foi genial. As paisagens são incríveis e algumas delas indescritíveis. Alguns lugares só o silencio consegue descrever aquilo que eu sentia enquanto cruzávamos o pais de sul a norte. Ainda são notórias as marcas de guerra na conquista da liberdade, mas o que mais me impressiona é tristeza escondida por detrás dos olhos da população. Nesta longa viagem reflecti muito sobre a minha vida revendo-me na pele de quem por cá ficou e sofreu as marcas da guerra. A conclusão é que não devemos apegar-nos demasiado às pessoas nem às leis. Cada um de nós deve ter um conceito livre de liberdade e não deixar que nos imponham limites porque corremos o risco de passar a vida toda agarrados a eles e quando os perdemos ficamos também sem uma parte de nós....
Força Angola!




A viagem foi genial. As paisagens são incríveis e algumas delas indescritíveis. Alguns lugares só o silencio consegue descrever aquilo que eu sentia enquanto cruzávamos o pais de sul a norte. Ainda são notórias as marcas de guerra na conquista da liberdade, mas o que mais me impressiona é tristeza escondida por detrás dos olhos da população. Nesta longa viagem reflecti muito sobre a minha vida revendo-me na pele de quem por cá ficou e sofreu as marcas da guerra. A conclusão é que não devemos apegar-nos demasiado às pessoas nem às leis. Cada um de nós deve ter um conceito livre de liberdade e não deixar que nos imponham limites porque corremos o risco de passar a vida toda agarrados a eles e quando os perdemos ficamos também sem uma parte de nós....
Força Angola!




terça-feira, março 17
Finalmente os Flamingos...
Depois de uma semana intensa de trabalho, não há nada melhor que pegar no carro e ir para a fabulosa terra de Moçamedes, ou Namibe para os menos cultos. Quem segue o meu blog com mais empenho, com certeza já ouviu falar da minha tentativa falhada de ir ao Lodge Flamingos. Pois é, teimoso que nem um raio fui lá outra vez, mas desta vez com sucesso! Como em quase tudo na vida, o truque está na pressão. Basta baixar a pressão dos pneus para metade e andar nas dunas torna-se tão fácil como andar na estrada. O sítio é incrível! Mas deixo essa descrição para uma altura de maior inspiração. Para já aqui ficam algumas imagens.
Até já


Até já


quarta-feira, março 11
Viva os indisciplinados!!

Antes de mais dizer que espero que os meus filhos nunca leiam este post, ou se o lerem que seja já em idade adulta e com capacidade suficiente para perceber o significado das minhas palavras.
Acho que já percebi a principal diferença entre Angola e Portugal. Das maiores feições que caracterizam o povo português, as que muitas das vezes mais irrita é, sem dúvida alguma, o seu excesso de disciplina. Levamos a disciplina social ao mais alto nível. Já quando tinha estado em Londres tinha escrito sobre isso, mas nessa altura é relativamente a disciplina amorosa que a maioria das mulheres portuguesas seguiam e seguem muitas delas. Mas desde que cheguei a Angola volta a perceber que a disciplina em excesso é prejudicial em muitas coisas. Os portugueses agem sempre em grupo, a maioria não é capaz de pensar por si próprio e agir de tal forma. Cada um faz aquilo que o outro faz ou comanda. Refilamos só em palavras e nunca em actos e dizemos mal só nas costas dos outros. Somos incapazes de revolta ou agitação. Já aqui em Angola isso não acontece. Existem pessoas que se revoltam e agitam se acham que algo não está bem, dai o facto de se viver ainda num clima de que a guerra pode voltar. Portugal precisa de alguém que perturbe as almas e consiga desorientar os espíritos. É por isso que eu acho que o Grande Alberto João Jardim seria uma boas solução para dirigir o nosso pais. Que se lixe o artigo do jornal “El Pais” que te mandava abaixo querido Jardim. Eu cá acredito que tu podes ser a solução dos nossos problemas. Viva os indisciplinados!!!
Força Angola!
quinta-feira, março 5
Africad – Africa Advertising

Africad!!! A razão de eu estar longe de quem gosto. A razão de me sentir mais forte e bem sucedido. Tenho que admitir que eu, como a maioria das pessoas, pensava que ia ser um homem bem sucedido. Alias já o tinha referido antes neste blog sobre esses meus pensamentos. Comprei muitos daqueles livros que nos ensinam a vencer na vida e enquanto os lia sonhava que isso me pudesse acontecer. Aliás, quase todos se reportam particularmente ao êxito material, mas o que eu quero falar aqui é do êxito de satisfação pessoal. A razão de haver tantos livros sobre a ciência do vencer é fácil de se entender; é muito fácil falar como chegar ao êxito, o difícil é aplicar essa ciência. Eu, tenho por hábito de me julgar um homem inteligente, mas sei que não obtenho por isso inteligência que não tenho, mas acredito que é mais fácil usar a inteligência que tenho pensado que sou inteligente do que estúpido. O que é que acontece, e é o que os livros todos que falam da ciência do vencer querem dizer mas não dizem, é que as minhas capacidade morais passam por cima das mentais. Se eu nunca pensasse que ia chegar a este ponto na minha vida, se eu habitualmente pensasse mal de mi mesmo, acabava por apoderar a minha mente dessa pensamento negativo e por consequência ficava envenenado mentalmente. Sei quais são as minhas reais capacidades, mas ao criar um espírito de confiança e positivismo nas minhas acções, o meu destino acaba por ficar marcado por essa confiança, deixando as minhas capacidades mentais prontas para tudo. Agora que dirijo esta empresa não posso deixar que os factos provem o contrario, se tenho a liberdade de escolha moral que com toda a certeza se vai opor à mental sempre que ela não for capaz, porque não escolher a atitude mental mais favorável, em vez daquela que é menos?
Não basta pensar é obvio, para vencer são necessárias três coisas: saber trabalhar, aproveitar as oportunidades e criar relações. Acho que ainda ninguém do marketing pensou sobre isso, por isso mesmo vou chamar-lhe os T.O.R., trabalho, organização e relações. Do pouco que sei da historia mundial, ninguém real consegue triunfar sozinho. Agora vou trabalhar para juntar o dinheiro sificiente para o meu resort nos Açores!!!
terça-feira, março 3
Luanda!!! Livra!!!

Estive três dias em Luanda. Apesar da boa estadia proporcionada pelo meu amigo Pedro, queria mesmo era voltar para o Lubango. Aquilo é o caos, Cada um por si na luta do dia a dia numa guerra aberta do salve-se quem puder. É fácil perceber como aquilo aconteceu: ora bem, a guerra acabou, quer dizer, como se a guerra alguma vez fosse acabar, ou houvesse outro clima na capital angolana Senão guerra! Enfim, quando acabou a guerra armada a palavra que mais se começou a ouvir foi a de “reconstrução”. Tenho medo e uma pequena certeza que ou as coisas mudam radicalmente ou essa palavra nunca vai passar de uma promessa da boca deste políticos que eu começo admirar. Tenho conhecido algumas pessoa bastante interessantes. Posso já adiantar a quem pensa que eles são burros, que estão redondamente enganados. o que eu acho que falta é o principio base da organização. Ninguém pode reconstruir em condições se primeiro não se organizar.Mas se é fácil falar em reconstrução e organização, muito mais difícil é organizar um pais depois de ter estado tantos anos em guerra. Tal como diz o meu querido amigo imaginário Fernando Pessoa, a organização está dividida em três partes: uma parte de teoria e outras duas de pratica. Ora bem, em Angola, temos primeiro de determinar o plano ou as normas pelas quais nos vamos organizar, só depois podemos pensar em colocar pessoas competentes que vão na pratica fazer com se organize como deve ser. Por último temos a coordenação de esforços de todos os envolvidos para que a organização se torne realidade. Ok, até aqui acho que os políticos também perceberam a coisa, o problema começa quando voltamos à teoria. É que existem dois tipos de teoria; a teoria interpretativa e a teoria preliminar da acção. É aqui que eu digo que aqui ninguém é burro, eles pensão todos é demasiado teoricamente e esquecem-se que a analise de um problema para resolver não é a mesma que a analise de um problema para compreender. Resolver implica simplificar, quem estuda os problemas para os compreender acabar por só se concentrar no problema e esquece da realidade e da consequente solução. No mundo existem políticos que querem ser compreendidos e outros que querem resolver os problemas, em Angola ainda só há do tipo que querem ser compreendidos. São todos muito bons a nível teórico, mas o que o pais precisa é da pratica, da solução e da acção.
O progresso de alguma coisa, seja lá o que for, bom ou mau, é com certeza uma alteração. Sem alteração não há progresso. E por isso, para haver alterações é necessários haver mudanças de atitudes e de hábitos de certos costumes e maneiras de estar. Eu bem sei que não é fácil, e que a resistência é grande. Mas também é fácil perceber, a maioria dos políticos estão muito acomodados e as alterações que levam ao progresso mexem muito com os seus hábitos e por isso mais vale atrasar o progresso do que mudar de hábitos, não fossemos nós seres de hábitos.
Angola precisa de progredir e esquecer os velhos hábitos, metam na cabeça uma coisa:
Só há progresso quando há alteração!!! Força Angola!!!
terça-feira, fevereiro 17
Desabafo!!!

Quando tirei o curso de publicidade e pensei um dia criar o meu próprio negocio com uns amigos, nunca acreditei que isso pudesse acontecer, muito menos em Angola e com um sócio negro. Não porque tenha alguma coisa contra eles, mas porque a probabilidade de isso acontecer assim o ditava. Mas lá no fundo quando pensava em grande, a ideia era forma um negocio e torná-lo num grande nome a nível mundial, fazer fortunas. Achava sempre que ia ser um daqueles que aparece nas capas das revistas com uma cara sorridente. Pensei que ia ser daqueles homens de quem falam no dia a dia...
Mas agora que tenho a empresa e a oportunidade de que isso aconteça, acho que começo a pensar de outra maneira, o destino não está a querer entrar nessa onda.
Tenho acordado a pensar que devia mas é aproveitar o pouco tempo que me resta... sinto que os meus sonhos não mudam nada na sociedade. Há dias chatos que me sinto fraco e falhado...
Independentemente de tudo o que possa acontecer, quando eu morrer tudo vai continuar igual, ninguém se vai lembrar de mim... irei servir apenas como mais um personagem da passagem dos humanos pela terra. Porque hei-de eu estar preocupado?!
Ups parou!!! Chega de pensar em pensamento negros. Mas que raio de nome fui eu dar ao blog. Vamos lá fazer um esforço para puxas os pensamentos positivos. Ora bem, considerando tudo até agora e o pelo futuro que se apresenta pela frente, até me possa sentir um rapaz orgulhoso de estar a viver. O problema foi sempre com as mulheres. As mulheres são criaturas muito sensíveis, algumas delas sensíveis de mais... Aqui no Lubango sinto que as mulheres não são tanto assim, mas julgo ser fácil de perceber o porque da tristeza e da magoa da maioria delas. Mas as que tive até hoje são diferentes. Todas elas sonhavam sempre em ser princesas e ter um príncipe que as levasse para o mundo encantado. Sei que algumas têm essa sorte (pelo menos as que tive), mas a maioria nunca vai sentir realizado o seu desejo...
Na minha opinião as mulheres portuguesas gostam de romance, de ter um homem que as surpreenda e seja querido, mas sem que seja demasiado feminino. Mas acho que os homens tugas estão cada vez mais egoístas e a viver para si próprios quebrando os laços quer de amor, como de amizade de uma forma muito mais fácil. Infelizmente eu enquadro-me nesse tipo. Mas sinto que estou a mudar, afinal de contas, já li em algum sítio que somos muito mais felizes quando fazemos alguém feliz.
A Barraca
A casa é fixe! É a antiga casa do Administrador Municipal do Lubango. Tive de fazer algumas mudanças devido a minha pouca habituação a viver com as baratas mas já estou 98% instalado, os outros 2% é porque me falta uma Playstation. Sei que ainda houve alguém que a comprou, mas que depois a devolveu num acto de... sei lá eu... talvez tenha sido bom não ter trazido. Ao menos tenho visto muitos filmes e series. A sala mistura-se com os postos de trabalho da Africad num ambiente muito acolhedor, é sem dúvida a parte que mais gosto da casa. Nela passo grande parte do meu dia, ora a trabalhar, ora a pensar em coisas que não devo. Deve ser por isso que tenho trabalhado muito... O quarto é bom, mas o medo de alguns bichinos que por ai andam faz com que acorde várias vezes durante a noite e inspeccione o meu quarto de uma ponta a outra. Graças ao dum dum as minha inspecções acabam sempre sem resultados conclusivos.
Tenho duas senhoras que tratam de tudo. A Filomena que recebe 150$ e é quem faz a papinha. Ela ainda está numa fase de aprendizagem, mas acho que é um género de João Moutinho da cozinha Mundial. A outra é a Fátima, trabalhava em casa do meu Pai mas ele despediu-a porque diz que ela cheira mal. Não achei justo e contratei-a. Ganha 100% dólares e trata mais da lida da casa; roupas, camas, etc... À porta tenho dois seguranças que trocam entre eles de três em três dias. Um diz que não percebe o que eu digo, mas eu gosto dele. o outro é um caso serio, numa das três noites acaba sempre bêbado e a dizer que ama Angola e que foi fuzileiro na guerra. Tem dois dentes visíveis e cheira a álcool. Tenho tentado falar com ele para que as coisas andem de uma forma mais “sóbria”, mas até agora os resultados são pouco visíveis.
As semanas de trabalho constante desabituam-me dos prazeres de beber um copo e conversar com alguém, mas acho que isso está a mudar, o Gonçalo já chegou e gosta pouco... Até já...
O meu primeiro rap africano!
Ouve bem a minha dica
Puto ouve bem a minha dica
Não tens muita solução
Ou te fazes à escola
Ou podes esquecer a tua geração
Sou branco e cheiro a pula
Mas o que pulo é de emoção
Em ter vindo para a tua terra
E me ter entregado de coração
Aposto que vais crescer
E criar muita sensação
Mas puto... ouve bem a minha dica
Vai para a escola... foge da solidão.
Hóracio de mente
Puto ouve bem a minha dica
Não tens muita solução
Ou te fazes à escola
Ou podes esquecer a tua geração
Sou branco e cheiro a pula
Mas o que pulo é de emoção
Em ter vindo para a tua terra
E me ter entregado de coração
Aposto que vais crescer
E criar muita sensação
Mas puto... ouve bem a minha dica
Vai para a escola... foge da solidão.
Hóracio de mente
Os dias têm estado negros...

A todos os que seguem o meu blog peço desculpa pela minha tão longa ausência. Gostava de vos poder dizer que estou bem e forte, mas não consigo esconder que há dias muito difíceis por aqui. Pensei que já sabia lidar bem com a solidão que se sente por estar longe de tudo e de todos, mas acho que desaprendi tudo o que em Londres assimilei. Ou talvez sejam situações diferentes com sentimentos opostos que fazem com os meus dias variem entre o bom e o mau. Alguém com mais sabedoria rapidamente me diria que eu não estou bem, e eu sei que algo se passa, mas quando tento fazer uma auto-analise não encontro o porque e isso intensifica a minha dor.
O trabalho corre bem, os clientes têm ficado surpreendidos com a magia e empenho que demonstro em todas os meus actos profissionais, mas eu sei que no fundo algo se esconde por trás deste meu profissionalismo mascarado de cinismo. Vou continuar a tentar perceber, mas sem que isso deixe os meus sentidos completamente endurecidos. Acho que vivo todos os meus segundos a tentar por em ebulição o meu mundo interior e tentar descobrir a solução desta minha equação do pensamento. Tantos matemáticos e físicos a ganharem prémios Nobel; mas será que ninguém pode inventar uma fórmula ou uma álgebra do espírito para que se possa calcular o produto dos nosso problemas?! Ai vida esta que me fazes viver nas águas sujas do pensamento... Xo, xo, xo daqui!
Mudei de casa


Finalmente e depois de três longas semanas a viver com o meu Pai, mudei de casa. Viver com o meu Pai foi bom, acho que aproximou mais a nossa relação e fez com ele percebesse que eu sou alguém. A sua postura impressionou-me, todas as conversas que tivemos, apesar da sua teimosia em não querer ouvir a opinião dos outros, acabavam sempre por me deixar humilhado e com vergonha do meu às vezes ego demasiado elevado. A idade é sem dúvida um posto, aliás, se a experiencia é adquirida com o tempo e o passar das coisas, é lógico que quem anda cá há mais anos, terá de ter mais experiencia. Ouve várias alturas que tive de morder os lábios para impedir que as lágrimas jorrassem pelo meu rosto. Mas sei que ele também sente algo de especial em relação a mim. Sou como um espelho rejuvenescedor.
É pena que esta experiência com o meu Pai só agora tenha acontecido, tenho a certeza que teria sido muito mais útil a quando da minha adolescência. Agora é difícil mudar o que 29 anos traçaram, faço um esforço até porque sinto a amargura de poder vir a ter uma situação idêntica com os meus filhos. Não gostava que isso acontecesse, gostava de estar mais perto da vida deles e não ser só aos 29 anos que o meu filho vai se sentir enriquecido com as conversas do Pai. Acho que ainda estou a tempo, não vim para ficar... vim sim para garantir que isso vai acontecer... triste situação esta que nos faz distanciar para no futuro nos aproximar... ai vida ai vida que me fazes viver nas águas sujas do pensamento... Xo, xo, xo daqui!!!
quinta-feira, fevereiro 5
A minha sombra salvou-me a vida (Deserto do Namibe – Fevereiro de 2009)

terça-feira, fevereiro 3
O carro...
O meu carro é a minha segunda casa. É nele que eu guardo tudo o que normalmente tenho em casa: roupas, CDS, livros, cigarros, toalhas, etc.
Assim como a minha casa o meu carro guarda muitos segredos, risos e choros. Nele espero vir a ter bons momentos, escrever, beber jolas e descobrir, quer no banco da frente quer no de trás… é no fundo a minha casa dinâmica, mesmo estando sentado ou deitado estou no mundo, perto de tudo e de todos os que quero estar. Mas sobre tudo perto de mim…
Adoro o meu carro!
Chegada ao Lubango
Acho que começo a gostar disto! O Lubango é uma cidade tipicamente Angola. É a segunda maior a nível populacional, tem um milhão e duzentos mil habitantes. Esta, como a maioria das cidades que já conheci, é povoada de vendedoras de fruta, peixes e legumes, que descem à cidade vindos dos mercados, com alguidares na cabeça recheados de suculentas mangas, ananases ou carapaus (estes não tão suculentos). Todos estes vendedores são geralmente afáveis e humildes, sem assediarem demasiado os passantes, apenas não gostam que lhes tirem fotografias, por medo de represálias por parte da polícia, que passa o dia a persegui-los de um lado para o outro. Só as vendedoras de frutas e legumes beneficiam de alguma tolerância e condescendência.Milhares de desempregados encontram na venda ambulante uma solução de recursos para os seus problemas de sobrevivência. Estão, na sua maioria, ao serviço de comerciantes libaneses, indianos e chineses, que os abastecem a partir dos seus armazéns. Tudo se vende e tudo se compra: cabides de plástico ou de madeira, malas com as ferramentas mais diversas, acessórios de automóveis, bicicletas para criança, isqueiros para o fogão, sapatos desportivos, jornais e revistas, tapetes, candeeiros de quarto, tábuas de passar a ferro, malas de viagem e os inevitáveis relógios e óculos de sol.Apesar de estarmos num dos países mais pobres do mundo, ninguém se surpreende com os modelos topo de gama que circulam no Lubango: dos Porsche, Mercedes e BMW, aos novíssimos Hummer e jipes japoneses importados directamente do Dubai por 50 mil dólares (é o caso do meu sócio). Por força do afluxo de capitais decorrente das vendas de petróleo e diamantes, o Lubango é também uma cidade estupidamente cara - ao nível de Lunada -.Mas o mais impressionante para o viajante que aterra no Lubango, é a extensão a perder de vista dos bairros de musseques nos arredores da cidade. Este mar de favelas foi crescendo desordenadamente e sem o mínimo de condições durante os anos de guerra, à medida que as populações do interior procuravam refúgio dos combates e da fome. Hoje, a maioria dos habitantes que vive no Lubango são jovens sem qualquer tipo de raízes nas províncias de origem dos seus pais e avós.No que diz respeito aos transportes, a cidade é dominada pelos chamados "candongueiros", carrinhas Hiace de cor azul e branca, com condutores que correm como loucos pelas ruas, servindo os bairros periféricos.As ultrapassagens fazem-se tanto pela esquerda, como pela direita e por todos os espaços que existam. Outro desafio é o de evitar pôr "a pata na poça" dos esgotos a céu aberto que correm nalguns passeios ou conseguir traçar o seu caminho no dédalo de carros estacionados em cima do passeio, evitando as crateras causadas pela degradação dos mesmos ou a ausência de tampas nos buracos de esgoto.Ainda não deu para conhecer tudo, mas a primeira impressão é boa. Não existe o perigo e a confusão que se vive em Luanda e as pessoas são mais simpáticas. Para já ainda estou a viver em casa do meu Pai, aqui as coisas andam um pouco mais devagar… bem… muito mais devagar.
Chegada

É obvio que já todos ouvimos falar do terror que é chegar ao aeroporto de Luanda, mas viver isso pessoalmente não tem descrição. É como alguém nos contar como é perder a virgindade, só depois de passarmos por isso é que realmente temos noção do que é. E mais, por muito que nos contem, cada pessoa vai viver o seu filme de diferente maneira. O meu foi assim:
Ainda no avião comecei por ver uma confusão total à porta do aeroporto. Mal parámos despedi-me das hospedeiras com o sentimento muito especial, acho que sabia que era a última vez que estava a ver alguém com princípios iguais aos meus. Quando começo a descer as escadas senti logo um bafo e um cheiro muito próprio desta terra, no entanto, prefiro deixar os comentários lá mais para a frente. Depois, mandaram-nos entrar numa sala com mais ou menos 100m2 que estava a rebentar pelas costuras. Era impossível tantas pessoas estarem lá dentro, aliás, não era mesmo possível visto que eu tive de ficar na rua. Depois fiquei mais ou menos uma hora na fila até chegar ao posto de controlo, onde um senhor muito pouco simpático me perguntou:
- O que vens aqui fazer?
- Venho de férias - respondi-lhe eu.
Ele olhou-me nos olhos com um ar bastante desconfiado, voltou a olhar para os meus documentos e carimbou a minha entrada.
Achei que já tinha passado a pior parte, quando andei mais dez metros e olhei para o sítio onde estavam as minhas malas. Que susto, que medo, centenas de pessoas a olhar para mim de cima para baixo e a perguntar se quero um táxi. No meio daquilo tudo lá encontrei as minhas malas e preparava-me para sair quando um rapaz veio ter comigo e me disse:
- Olha, eu deixo-te passar aqui no controlo de bagagem mas tens que me dar dinheiro.
- Mas eu ainda não tenho dinheiro – respondi eu muito assustado.
Ele estava a começar a chegar muito perto e eu meio assustado tentava-me dirigir para a porta de saída onde tinha o motorista à minha espera. Insisti que não tinha dinheiro, mas à medida que um me deixava chegavam mais três que me rodeavam e me pediam o mesmo. Alguns agarravam nas minhas malas e diziam: “eu levo, eu levo”.
Levas o tanas, pensava eu. Puxava a mala mais para o pé de mim e lá consegui chegar à porta de saída. Lá fora o filme é ainda pior, passam de centenas para milhares de pessoas a tentarem-se comer umas as outras para chegar o mais perto possível, por sorte o senhor Paulo estava logo ali que os afastou e levou-me para o carro onde me trancou a sete chaves. Eu estava encharcado, pingava suor por tudo o que era sítio e acredito que o meu ar fosse bem chamativo para quem quer ganhar uns trocos. A sensação é de ter o estômago cheio de bichos, tinha a certeza que estava no sítio errado na hora errada. Estava muito mal disposto e cheio de medo. Pensei que não havia a mínima hipótese de me habituar a isto…
O Sr. Paulo lá chegou e levou-me dali para fora. Foi um mau momento… muito mau…

sábado, janeiro 31
Partida
Cheguei ao aeroporto bem cedo para tentar escolher um lugar à janela, queria ver tudo de perto e ao detalhe. Fiz o check in e percebi que tinha de pagar 700 euros de excesso de bagagem. Chulos, ridículo, tentei convencer a senhora que podia haver outras formas de pagamento, mas a circunferência que lhe envolvia o dedo, não deixava passar sequer um sorriso. Sem grandes alternativas tive de pagar e seguir para o avião… esperei, esperei e esperei, fui o último a entrar, não sei o que isto quer dizer, mas não estava fácil entrar naquele avião…
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