sábado, abril 10

I´m Back to Reality.

Depois de uns largos meses ausentes sinto agora a necessidade de voltar a escrever desabafos negros. Desabafos de algo que sinto mas apenas partilho no mundo cibernauta. Nunca deixei de escrever, apenas deixei de ser eu por uns tempos. É dos meus maiores erros, tentar ser quem não sou, tentar ser alguém que agrade quem está por perto. Nos dias de hoje, a nossa aprendizagem de comportamentos é exacerbada pela influência dos meios de comunicação de massa. Sem o notarmos, a maioria dos nossos comportamentos são cada vez mais involuntários e inconscientes. Resultam pura e simplesmente de uma imitação. Não há quase nada na nossa maneira de pensar e agir que não tenha sido fortemente influenciada pela leitura de um livro, de um jornal ou por aquilo que vimos num filme ou na televisão.
Não se trata de não dever tentar ser melhor do que o que sou. Tenho é que perceber e aceitar que muitas das vezes a minha vida acaba por ser apenas tentativas de ser mais parecidos com as personagens “modelo” que me são apresentadas. Mas hoje estou mais forte, estou consciente de que a maior parte das vezes, essa atitude acaba por estragar o que existe de melhor em mim.
Nunca me vou sentir mais felizes se andar ansioso à procura de qualquer coisa. Não preciso de encontrar nada. Já tenho aquilo de que preciso. Preciso apenas de aprender a viver com uma tranquilidade parecida com a dos outros animais. “Com base na consciência plena da nossa ignorância», como diz Chuang Tse.
No fundo, andei enganado sobre mim. A minha personalidade traduz aquilo que penso que sou, mas ficava constantemente desiludido com ela. Será que eu sou mesmo assim? Tentei sempre com tanta convicção ser coerente, fazia um teatro com tanta convicção, que as vezes ficava convencido que era quem julgava ser ou quem queria parecer ser... Nós ultmios tempo andei achar que era o gajo do Californication!!! Coisa de homens... O gajo é boss!

Mas acabou-se, percebi que ao jogar esse jogo, acaba por ser, por vezes, muito pouco verdadeiro. Acabo por esconder dos outros e de mim próprio alguns aspectos de quem sou. Não preciso de encontrar nada. Eu sou aquilo que existe em mim.

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