terça-feira, março 31

O meu prazo de validade está a chegar ao fim...

Pois é, os meus primeiros três meses como "turista" em terras angolanas estão a chegar ao fim. Dia 13 já ai estou. Já não me renovam mais o visto, sou agora obrigado a sair para depois poder voltar a entrar. Já tenho a papelada toda para pedir o visto de trabalho, vamos lá ver quanto tempo demora. Durante estes três meses não conheci muita gente, acho que é negativo ter pressa em querer fazer apresentações e visitas forçadas. Quando cá cheguei pensava que iam ser três meses demasiado longos, que ia sofrer bastante e que as coisas iam ser muito difíceis. Mas tudo aconteceu da maneira inversa; os três meses passaram a voar, gosto da cidade, das pessoas, dos cheiros, dos sítios e paisagens. Em resumo, acho que sou um ser de fácil adaptação a qualquer que seja a situação. Hoje em dia já tenho a minha rotina, os meus sítios, os meus spots e alguns amigos. É uma cidade pacata com gente simples e honesta. Tenho vontade de ir a Lisboa, rever os que mais amo e matar saudades. Mas admito que vou com vontade de voltar e continuar esta aventura. As coisas vão bem, os clientes também, mas sobretudo: esta já é a minha cidade. Sei que por pouco tempo, ou pelo tempo que o tempo me deixar. Mas enquanto me deixar...
Força Angola!
Lov u Lubango!

quinta-feira, março 26

Actualização geral!

Hoje dei por mim a ler o meu blog. Bom, isso não quer dizer que eu tenha tido tempo para isso, mas sabe bem de vez em quando desligar um pouco do trabalho e entrar ondas da internet para ver o que se passa no mundo. No Jornal a Bola, vejo que o Sporting está frustrado por ter perdido a taça da liga com aquela peitaça do Pedro Silva. Bom, posso dizer que fiquei triste porque acho que o Sporting está a falar de uma forma exagerada. Para mim aquilo foi mão nítida. Só um gajo que não tenha problemas de visão, é que pode dizer que a bola bate no peito. Mas adiante, quem é esse senhor provedor da justiça que tanto tem dado polémica ai nessa terra? Porque tanta dificuldade na sua escolha?! Será que o é o provedor da justiça que vai começar a nomear os árbitros?!

O meu site está no ar. Apesar de não ser o primeiro cliente, é o primeiro que factura mais de 100 milhões de dólares por ano. O rei da construção do sul de Angola. www.omatapalo.com. Gosto muito da assinatura e novo conceito que demos à marca. Depois ponho online no site da Africad.
Mas terminando a conversa de trabalho, porque não é esse o objectivo deste blog, gostava de deixar uma serie de fotos que fui arquivando sobre Angola e, na sua maioria, da minha zona: Huila, Lubango!

Força Angola!



terça-feira, março 24

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- Ok, eu já percebi! Um relógio de ouro, para veres a merda das horas a passar e tentares perceber a quantas andas neste mundo, não é caro se custar 5000 USD. Mas se eu te pedir aproximadamente o mesmo valor, por uma assinatura de marca que me fez fritar os miolos de tanto pensar nas palavras certas, para fazer da tua marca a melhor e mais rentável do mundo, ai já é caro!

(Ouve-se alguém suspirar muto alto)

Olha lá, e se fosses dar beijinhos à parte maior do teu corpo. Mas tu julgas que eu meto a informação na merda do computador e a máquina gera tudo sozinha?! Olha lá meu amigo... tu olha bem para mim! Mas olha mesmo! Estás a olhar?! Então ouve bem?!

(Ouve-se uma pistola a carregar antes do tiro fatal)

UoooU!!! Espera lá! Eu esqueci-me de uma coisa... É obvio que nesse valor está uma percentagem para que o senhor possa fazer o que bem entender. Sei lá... comprar computadores novos para a empresa, ou até se quiser, dar a entrada para um relógio de ouro para nunca estarmos perdidos no tempo.

- Ok combinado! – Diz o cliente.

fim

Força Angola!

A vida é como um Puzzle!!!


Tal como todas as outras pessoas no mundo se acham, eu sou um ser simples que vive em busca da felicidade. Seja pobre ou rico, giro ou feio, empregado ou desempregado, de boas famílias ou não, com curso ou sem, eu e todas as pessoas no mundo vivem à procura do mesmo: da merda da felicidade!
A maioria vive sempre achar que já a encontrou, mas na realidade quase todos morrem sem saber o que isso é. Aqui em Angola tenho pensado bastante sobre a felicidade e o seu significado. Tenho visto muita gente por aqui que é feliz somente porque não perde tempo à procura. Acho que deve ser um problema das pessoa que vivem em meios mais urbanos, que passam a maior parte da vida à espera que a coisas, matérias ou não, nos dêem alegrias. Talvez seja mais fácil sermos nós a dar alegria às coisas e ver o lado bom de todas elas. Isto no fundo é mais ou menos como um puzzle; passamos a vida a tentar juntar as peças todas para que a imagem nos faça sentido. Mas para ser feliz, não é obrigatório que a imagem seja exactamente igual a que vinha na caixa. Existem pessoa que ainda não perceberam que o que dá beleza à nossa vida não é um puzzle completo, mas sim o brilho que damos a cada peça.
Bem, isto já está a ficar demasiado espiritual. O melhor é acabar por aqui antes que isto me comece a bater...

Uffa... onde é que eu já ia...

segunda-feira, março 23

Viagem até Luanda de carro

São mais ou menos 1100 Km que separam o Lubango de Luanda. 1100 km de montes, vales, praias, animais, ruínas e muita natureza. A viagem tinha um propósito, a vinda de sua santidade o Papa a Luanda. O Lubango organizou uma comitiva grande; eram 5 camionetas e alguns 30 carros. Eu ia no do meu amigo e sócio Vigilio Tyova juntamente com o Bispo do Lubango e a Directora Regional da Cultura. Durante a viagem falamos inevitavelmente sobre a vinda do Papa a Angola. Vive-se um clima de muita euforia e esperança, mas com alguns contra censos. A cidade ficou mais bonita para receber tão nobre personalidade, mas tal como nas campanhas politicas, só foi melhorada nas zonas onde irá passar a sua santidade. A conversa começou por ai, eu disse ao Bispo que se o Papa visitasse Angola de mês a mês que o pais já estava reconstruído há muito tempo. Ele sorriu mas não riu, mas eu consegui perceber a mensagem. Como a viagem ia durar 20h de carro achei por bem ficar calado, não queria gerar algum clima de tensão numa comitiva que ia cheia de fé e esperança.
A viagem foi genial. As paisagens são incríveis e algumas delas indescritíveis. Alguns lugares só o silencio consegue descrever aquilo que eu sentia enquanto cruzávamos o pais de sul a norte. Ainda são notórias as marcas de guerra na conquista da liberdade, mas o que mais me impressiona é tristeza escondida por detrás dos olhos da população. Nesta longa viagem reflecti muito sobre a minha vida revendo-me na pele de quem por cá ficou e sofreu as marcas da guerra. A conclusão é que não devemos apegar-nos demasiado às pessoas nem às leis. Cada um de nós deve ter um conceito livre de liberdade e não deixar que nos imponham limites porque corremos o risco de passar a vida toda agarrados a eles e quando os perdemos ficamos também sem uma parte de nós....
Força Angola!




terça-feira, março 17

Finalmente os Flamingos...

Depois de uma semana intensa de trabalho, não há nada melhor que pegar no carro e ir para a fabulosa terra de Moçamedes, ou Namibe para os menos cultos. Quem segue o meu blog com mais empenho, com certeza já ouviu falar da minha tentativa falhada de ir ao Lodge Flamingos. Pois é, teimoso que nem um raio fui lá outra vez, mas desta vez com sucesso! Como em quase tudo na vida, o truque está na pressão. Basta baixar a pressão dos pneus para metade e andar nas dunas torna-se tão fácil como andar na estrada. O sítio é incrível! Mas deixo essa descrição para uma altura de maior inspiração. Para já aqui ficam algumas imagens.

Até já


quarta-feira, março 11

Viva os indisciplinados!!


Antes de mais dizer que espero que os meus filhos nunca leiam este post, ou se o lerem que seja já em idade adulta e com capacidade suficiente para perceber o significado das minhas palavras.
Acho que já percebi a principal diferença entre Angola e Portugal. Das maiores feições que caracterizam o povo português, as que muitas das vezes mais irrita é, sem dúvida alguma, o seu excesso de disciplina. Levamos a disciplina social ao mais alto nível. Já quando tinha estado em Londres tinha escrito sobre isso, mas nessa altura é relativamente a disciplina amorosa que a maioria das mulheres portuguesas seguiam e seguem muitas delas. Mas desde que cheguei a Angola volta a perceber que a disciplina em excesso é prejudicial em muitas coisas. Os portugueses agem sempre em grupo, a maioria não é capaz de pensar por si próprio e agir de tal forma. Cada um faz aquilo que o outro faz ou comanda. Refilamos só em palavras e nunca em actos e dizemos mal só nas costas dos outros. Somos incapazes de revolta ou agitação. Já aqui em Angola isso não acontece. Existem pessoas que se revoltam e agitam se acham que algo não está bem, dai o facto de se viver ainda num clima de que a guerra pode voltar. Portugal precisa de alguém que perturbe as almas e consiga desorientar os espíritos. É por isso que eu acho que o Grande Alberto João Jardim seria uma boas solução para dirigir o nosso pais. Que se lixe o artigo do jornal “El Pais” que te mandava abaixo querido Jardim. Eu cá acredito que tu podes ser a solução dos nossos problemas. Viva os indisciplinados!!!
Força Angola!

quinta-feira, março 5

Africad – Africa Advertising


Africad!!! A razão de eu estar longe de quem gosto. A razão de me sentir mais forte e bem sucedido. Tenho que admitir que eu, como a maioria das pessoas, pensava que ia ser um homem bem sucedido. Alias já o tinha referido antes neste blog sobre esses meus pensamentos. Comprei muitos daqueles livros que nos ensinam a vencer na vida e enquanto os lia sonhava que isso me pudesse acontecer. Aliás, quase todos se reportam particularmente ao êxito material, mas o que eu quero falar aqui é do êxito de satisfação pessoal. A razão de haver tantos livros sobre a ciência do vencer é fácil de se entender; é muito fácil falar como chegar ao êxito, o difícil é aplicar essa ciência. Eu, tenho por hábito de me julgar um homem inteligente, mas sei que não obtenho por isso inteligência que não tenho, mas acredito que é mais fácil usar a inteligência que tenho pensado que sou inteligente do que estúpido. O que é que acontece, e é o que os livros todos que falam da ciência do vencer querem dizer mas não dizem, é que as minhas capacidade morais passam por cima das mentais. Se eu nunca pensasse que ia chegar a este ponto na minha vida, se eu habitualmente pensasse mal de mi mesmo, acabava por apoderar a minha mente dessa pensamento negativo e por consequência ficava envenenado mentalmente. Sei quais são as minhas reais capacidades, mas ao criar um espírito de confiança e positivismo nas minhas acções, o meu destino acaba por ficar marcado por essa confiança, deixando as minhas capacidades mentais prontas para tudo. Agora que dirijo esta empresa não posso deixar que os factos provem o contrario, se tenho a liberdade de escolha moral que com toda a certeza se vai opor à mental sempre que ela não for capaz, porque não escolher a atitude mental mais favorável, em vez daquela que é menos?
Não basta pensar é obvio, para vencer são necessárias três coisas: saber trabalhar, aproveitar as oportunidades e criar relações. Acho que ainda ninguém do marketing pensou sobre isso, por isso mesmo vou chamar-lhe os T.O.R., trabalho, organização e relações. Do pouco que sei da historia mundial, ninguém real consegue triunfar sozinho. Agora vou trabalhar para juntar o dinheiro sificiente para o meu resort nos Açores!!!

terça-feira, março 3

Luanda!!! Livra!!!


Estive três dias em Luanda. Apesar da boa estadia proporcionada pelo meu amigo Pedro, queria mesmo era voltar para o Lubango. Aquilo é o caos, Cada um por si na luta do dia a dia numa guerra aberta do salve-se quem puder. É fácil perceber como aquilo aconteceu: ora bem, a guerra acabou, quer dizer, como se a guerra alguma vez fosse acabar, ou houvesse outro clima na capital angolana Senão guerra! Enfim, quando acabou a guerra armada a palavra que mais se começou a ouvir foi a de “reconstrução”. Tenho medo e uma pequena certeza que ou as coisas mudam radicalmente ou essa palavra nunca vai passar de uma promessa da boca deste políticos que eu começo admirar. Tenho conhecido algumas pessoa bastante interessantes. Posso já adiantar a quem pensa que eles são burros, que estão redondamente enganados. o que eu acho que falta é o principio base da organização. Ninguém pode reconstruir em condições se primeiro não se organizar.
Mas se é fácil falar em reconstrução e organização, muito mais difícil é organizar um pais depois de ter estado tantos anos em guerra. Tal como diz o meu querido amigo imaginário Fernando Pessoa, a organização está dividida em três partes: uma parte de teoria e outras duas de pratica. Ora bem, em Angola, temos primeiro de determinar o plano ou as normas pelas quais nos vamos organizar, só depois podemos pensar em colocar pessoas competentes que vão na pratica fazer com se organize como deve ser. Por último temos a coordenação de esforços de todos os envolvidos para que a organização se torne realidade. Ok, até aqui acho que os políticos também perceberam a coisa, o problema começa quando voltamos à teoria. É que existem dois tipos de teoria; a teoria interpretativa e a teoria preliminar da acção. É aqui que eu digo que aqui ninguém é burro, eles pensão todos é demasiado teoricamente e esquecem-se que a analise de um problema para resolver não é a mesma que a analise de um problema para compreender. Resolver implica simplificar, quem estuda os problemas para os compreender acabar por só se concentrar no problema e esquece da realidade e da consequente solução. No mundo existem políticos que querem ser compreendidos e outros que querem resolver os problemas, em Angola ainda só há do tipo que querem ser compreendidos. São todos muito bons a nível teórico, mas o que o pais precisa é da pratica, da solução e da acção.
O progresso de alguma coisa, seja lá o que for, bom ou mau, é com certeza uma alteração. Sem alteração não há progresso. E por isso, para haver alterações é necessários haver mudanças de atitudes e de hábitos de certos costumes e maneiras de estar. Eu bem sei que não é fácil, e que a resistência é grande. Mas também é fácil perceber, a maioria dos políticos estão muito acomodados e as alterações que levam ao progresso mexem muito com os seus hábitos e por isso mais vale atrasar o progresso do que mudar de hábitos, não fossemos nós seres de hábitos.
Angola precisa de progredir e esquecer os velhos hábitos, metam na cabeça uma coisa:

Só há progresso quando há alteração!!! Força Angola!!!