terça-feira, junho 12

Saudades querido avô António...

"É dos nossos momentos de partilha conversa e desconversa, dos momentos difíceis em que se confessava o inconfessável, apenas porque sim. Porque tinha sido assim que aprendemos a viver e a conviver em família. É de todos os momentos somados que são vidas, que tenho saudades. Choro por não ter sido sempre capaz de apreciar o homem que se deu a tudo e a todos em que acreditava na vida em troca de nada. Agora, no meio do sofrimento e da confusão continuava oferecer protecção a quem era mais desprotegido e pedia a todos que continuassem a contar com ele. Ficaram as palavras e os gestos que guardarei sempre, porque foi assim que me ensinou a ser gente. Gosto de me lembrar de tudo, mas sobretudo de não me esquecer que tive a sorte de ter crescido com ele e de ter aprendido que se deve olhar para o lado e repartir o que temos mesmo que seja pouco, porque há sempre quem tenha ainda menos e viva. A generosidade era igual à sua humildade. Nunca se considerou melhor do que os outros mesmo quando os colegas lhe telefonavam a saber como resolver questões do dia a dia. Sugeria e eles seguiam-no nas soluções que encontrava para as situações mais complicadas. Foi este avô que tive, o avô do rigor, das normas, regras e rotinas, que tanto nos irritavam até percebermos que é com limites que se educam pessoas. Obrigada avô e até sempre. Porque no meu coração continuarás sempre presente. como é ai em cima? Há lugar para mim?"

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