Tenho saudades do amor cego. Aquele que nos aguça os sentidos e nos projecta para uma espécie de vertigem. Sem medo, sem olhar para trás, com o melhor e o pior de nós. Ali, com o corpo todo, a alma e a pele. Amores que nos consomem e nos arrebatam. Com tudo o que temos. Em cada momento. Assim, como se cada dia fosse o único e cada hora nunca fosse bastante. Tenho saudades... Tenho saudades...
É o vento turbulento
Levantando tua roupa
É a chuva de primavera
Que vem lamber minha face
Quando me amas
É o sol escaldante
Que acaricia minha pele
E o ar leve do tempo
Em sopro doce e quente
Quando me amas
É isso acima de tudo
E mais outras mil coisas
Que existem entre nós
E perturbam meu corpo
Com infinita fraqueza
Quando me amas
É tua voz que se perde
Num ronronar apaixonado
Que faz vibrar minha carne
E que molha meus olhos
De lágrimas de ternura
Quando me amas
É o diabo e o inferno
Misturados a nossas brincadeiras
É o céu que nos foi dado
Por todos os deuses
Quando me amas
É o eclipse e o relâmpago
Que iluminam minhas alegrias
É a espuma dos mares
Que morre em teus dedos
Quando me amas
É moldado por tuas mãos
Todos os meus sentidos acesos
É meu corpo sobre o teu
Nossas respirações entrecortadas
E nossos gestos íntimos
Quando me amas
São esses ternos gritos
E essas queixas de amor
Que rasgam nossas noites
E morrem ao raiar do dia
No derradeiro prazer
Quando me amas
Quando me amas
Quando me amas
Meu amor
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