quinta-feira, janeiro 13

A Caminho da India...

Sai de Londres com indiferença, lancei apenas um olhar distraído sobre a minha cidade e mergulhei na leitura de uma revista que tinha roubado do meu voo da TAP. Não, não pode ser! Na revista um artigo sobre uma esplanada de Lisboa. Até no céu esta história me persegue. Larguei a revista e fiquei apenas a olhar pela janela. Na verdade, eu não estava no céu, apenas fisicamente. Pensava em coisas da terra, pequenas coisas. Uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que por fim adormeci. Algo raro de acontecer no avião.

Depois de um sono profundo acordei sobressaltado. Olho pela janela e deparo com um voo baixo do avião. Na terra, um deserto autentico. Apenas montanhas de cor avermelhada com picos brancos. Nem casas, nem árvores, nem nada, apenas um enorme deserto.

Ao meu lado, a minha vizinha de voo era indiana, pouco falei com ela, mas fiquei a saber que ela sonha em ir para Londres tirar psicologia. Tinha 24 anos e era bela. Cabelos longos e pretos bem brilhantes e lustrosos. Não pensei mais nisso.

Quando todos se retiravam do avião, a minha vizinha de voo deu-me um pequeno sorriso. Tenho uma tendência romântica a imaginar coisas, e imaginei que ela queria conversa, imaginei um sorriso vagamente cúmplice. Certamente nunca mais a verei, nem o espero. Mas o seu belo cabelo foi por um instante para mim importante.

sexta-feira, janeiro 7

quinta-feira, janeiro 6

Ora ai está...

"O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formávamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida."